São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Cantinho do papai

No Dia dos Pais, arquitetos dão dicas sobre como preparar espaços na casa em que eles se sintam à vontade e possam integrar familiares aos seus "hobbies"

Rafael Hupsel/Folha Imagem
O securitário Maurício Cordeiro convive com o filho, Diego, no bar da sala de seu apartamento

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Intervenções na arquitetura da casa destroem a imagem do chefe de família que, no domingo, ocupa uma poltrona surrada para assistir ao futebol.
Nada contra esse perfil, mas muitos pais buscam outros refúgios domésticos que, além de proporcionarem momentos de lazer, promovem a integração com a mulher e os filhos, que nem sempre apreciam passes, gols e cruzamentos.
Foi essa a idéia de Maurício Cordeiro, 50, engenheiro. Quando mudou para seu atual apartamento, ele quis um bar na sala para unir sua privacidade com a vontade de se relacionar com o resto da família.
Com tampo de mármore, frigobar, porta-copos e prateleiras abertas para acondicionar bebidas, é lá que Cordeiro passa 90% de seu tempo em casa.
"É onde fico quando chego do trabalho. Dá para conversar com todo mundo sem sair de dentro do bar", explica.
Para a arquiteta Carla Dichy, a disposição dos itens do bar de Cordeiro corresponde bem ao desejo masculino de ter tudo à mão e à vista. "Prateleiras de vidro, abertas, são mais práticas do que armários fechados."
Garrafas e copos de cores e formatos diferentes ajudam na composição do ambiente.
O empresário Fernando Antunes, 44, por sua vez, investiu em um banheiro. "Depois que os filhos nasceram, o momento mais tranqüilo do dia é quando tomo banho", conta.
Para transformar o cômodo, ele adotou o "faça-você-mesmo" decorativo e escolheu sozinho o que iria compor o ambiente: uma torneira quadrada e cromada, pastilhas de vidro azul-marinho em uma das paredes e uma banheira com hidromassagem.
De quebra, o ambiente virou local de convivência com os gêmeos de cinco anos. "Ajudo as crianças a tomarem banho", diz. A reforma custou R$ 9.000, entre mão-de-obra e produtos.
A professora de design de interiores da Anhembi Morumbi Ana Rezende afirma que pôr a mão na massa é fator decisivo para que eles se sintam representados na decoração da casa.
"Muitas vezes é difícil para um homem explicar sem ter um exemplo, como uma revista, do que ele gostaria ou não em um cômodo", exemplifica.

Presentes
Para a professora, o presente ideal para o pai é aquele com o qual ele possa interagir. "Se a idéia é organizar as ferramentas dele, compre uma mesa bacana, com espaço. Mas deixe que ele monte tudo. É diferente de um presente para a mãe, que já tem que vir pronto", aposta.
Rezende também explica que um presente decorativo deve andar de mãos dadas com as preferências do pai dentro de casa. "Se ele gosta de ficar no computador, dê um pôster para ele colocar ali perto", pontua.
Mas, se prefere atividades ao ar livre, como esportes que demandam equipamentos grandes, uma boa idéia é constituir um espaço para organizar esses apetrechos. "Um nicho fora de casa, no jardim ou na garagem, para os tênis de corrida ou para raquetes de tênis agrada ao pai esportista", sugere.


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