São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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CASA DE PEDRA

Solidez é projetada do teto ao chão

Valores vão de R$ 50 a R$ 5.000 por metro quadrado; aplicação tipo canjiquinha é tendência

Divulgação
Giancarlo Rocco aproveitou a pedra para dividir os ambientes na sala da casa de campo; a parede é iluminada por cobertura de vidro


DA REPORTAGEM LOCAL

Sala de TV, cozinha, lavabo. A decoração com pedras desfi- la por toda a casa e de cima a baixo nos ambientes, com preços que nem sempre são uma "pedrada" no bolso.
As nobres, como mármores e granitos, são mais caras. Mas o caminho das pedras também pode ser trilhado com economia -há grande oferta de rochas de longa durabilidade, como o granito, ou mais po- rosas, como as calcárias, a partir de R$ 50 o m2.
Arenito, ardósia, pedra madeira, pedra goiás e limestone (pedra calcária) compõem o grupo das de preço mais "macio". São porosas e podem ser aplicadas em paredes.
Além da origem e da raridade da pedra, o valor varia segundo "tendências na decoração", pondera o geólogo e engenheiro geotécnico Ely Frazão, 61.
Firme no grupo das rochas elegantes e cifradas está o granito azul bahia, exemplifica.
A arquiteta Marí Oglouyan, 49, por sua vez, conta que revestiu "um lavabo de mármore marrom imperial, que custou R$ 1.500 em 2,5 m2".

Forro e piso nobres
"Outra opção é aplicar rochas nobres no forro. Mármore ônix [transparente], sustentado por estrutura metálica e com iluminação atrás, tem preço e efeito estético singulares: R$ 5.000 por m2", conta Oglouyan.
"Rolando" de forros e paredes, o mármore chega ao piso de quem tem orçamento menos "duro" -mas não deve ser colocado em áreas de tráfego pesado, como escadas, por riscar com facilidade.
"Em pias, a melhor opção é o granito, mais durável e resistente", lembra Frazão.
"O revestimento em pedra pode estar ainda em uma parede que se estenda por ambientes internos e externos, unindo-os", observa o arquiteto Gustavo Calazans, 32.
A fotógrafa Patrícia Paixão Alonso, 37, amoleceu ante o gosto rochoso do marido e revestiu uma das paredes da sala de TV de pedra mineira. A aplicação foi feita com um tipo de recorte em filetes chamado de canjiquinha.
O arquiteto que fez o projeto, Leonardo Junqueira, diz que o ambiente já tinha paredes com madeira trabalhada. Assim, "para não deixar o ambiente "pesado", os diferentes elementos não podiam "conversar".
"Apliquei canjiquinha atrás das prateleiras e valorizei-a com luz alaranjada", descreve.

Pedra falsa
Quem é contra a extração mineral pode buscar a decoração pedrada em imitações -misturas prensadas de resina com poeira de rocha.
"O maior cuidado é não comprar material sintético por natural", adverte Eduardo Quitete, 40, geólogo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
A dica é perguntar na hora de comprar. "Não se percebe a diferença a olho nu, mas produtores e fornecedores costumam dizer o que é natural ou não", orienta. "Já vi pedra artificial por US$ 350 [R$ 753] o m2."
Frazão e Quitete alertam ainda sobre a variação de tonalidade de um mesmo tipo de pedra: "Deve-se checar se o fornecedor dispõe de um lote completo no mesmo tom, que será necessário para a obra".
A Wallpaper desenvolveu um papel de parede coberto de mica, rocha obtida da trituração de quartzo e granito.
Os pequenos pedaços são prensados sobre o papel, e a superfície, que é impermeabilizada, pode ser limpa com pano úmido ou espanador.
A decoradora Ines Maciel, por sua vez, levou a pedra para o mobiliário, em tampos de mesas e cadeiras. Na Expoflora 2006, ela usou pufes de paralelepípedo no jardim: "São duráveis e dão uma cara diferente ao ambiente", pondera. (GG)


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