São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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Casa limpa também causa alergia

Ao usar produto químico na limpeza da casa, atenção a rótulo reduz chance de intoxicação

Renato Stockler/Folha Imagem
Juliane Scatolin usa sabão de coco para evitar os espirros de Mel


DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O cheiro de casa limpa, agradável e aconchegante para alguns narizes, pode ser um incômodo para outros. A inalação de produtos de limpeza doméstica aplicados nos cômodos pode desencadear muito mais que acessos de tosse e espirros.
Cloratos, por exemplo, presentes em muitos desinfetantes, podem causar desde males respiratórios, como piora em asmáticos, até distúrbios hepáticos e neurológicos. Já as fragrâncias responsáveis pelo cheiro de limpeza podem desencadear alergias.
"Elas se manifestam após um tempo de convivência com o agente", explica o alergista Wilson Aun, 70, diretor da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia).
Uma alternativa para quem quer minimizar os riscos de "envenenamento" é usar produtos neutros (sem cheiro) ou naturais (leia na pág. 2).
Apesar de recomendados pelos médicos, os neutros têm pouca aceitação no mercado, segundo a farmacêutica Eugênia Proença Saldanha, diretora da Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins). "O cheiro do produto é sinal de limpeza [para o consumidor]", afirma.
Para quem faz questão do cheirinho, a dica é comprar apenas produtos registrados no Ministério da Saúde e seguir as indicações de uso no rótulo.

Uso correto
"Mesmo produtos que obedecem às normas técnicas podem ser nocivos se o uso for incorreto", lembra o engenheiro agrônomo Andersem Santos de Morais, 33, técnico de saneantes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Além de respeitar a dose, recomenda-se ventilar os ambientes onde os produtos químicos são aplicados. Após passar desinfetante, não se deve "vedar" o banheiro, fechando a tampa do vaso sanitário e as portas do boxe e do cômodo.
A medida impede que o cheiro se espalhe, mas quem usar o banheiro poderá ter dor de cabeça, tontura e até asfixia.
Outro equívoco é a mistura de produtos. Segundo o médico Carlos Collares, 26, do Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo, é comum receber pacientes sufocados por cloramina -resultante da combinação de cloro com amônia.
A seguir, veja cuidados com itens de reforma e manutenção, como tintas e vernizes.


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