São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004

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Outrora com moradia fixa na sala, peça perde a fama de brega e ocupa paredes, divisórias e pisos

Aquário vaza para outros cantos da casa

Fernando Moraes/Folha Imagem
Para ficar o mais próximo possível do natural, o aquário acima mistura plantas artificiais e pedras; o arranjo é da Eco Marine (tel. 0/xx/11/5093-6512)

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Antes restritos a móveis e bancadas na sala, os peixes começam a migrar para outros ambientes da casa, ganhando espaço em paredes, divisórias e até no piso.
"O aquário era considerado brega, mas agora é bacana e vai bem em todos os cantos", comenta a arquiteta Brunete Fraccaroli, que já fez tanques no guarda-corpo ao lado de uma escada e também em uma churrasqueira. "Quanto maior, melhor."
Embutir o aquário na alvenaria ou em armários é a opção preferida por arquitetos e decoradores. Mas, para que a intenção de realçá-lo não vá por água abaixo, ele precisa nadar na mesma corrente do resto da decoração.
Na parede, por exemplo, pode contar com molduras de madeira ou de aço inox, de acordo com o mobiliário. "Bem planejado, funciona como um elemento decorativo e não vira um estranho no ninho", opina a arquiteta de interiores Cilene Monteiro Lupi, 41.
Foi o que fez o empresário Sérgio Fix, 29, dono de um aquário de água salgada de mil litros, onde também cria corais. "Meu quarto foi todo construído para ele ter posição de destaque", conta Fix, que optou por embuti-lo na parede, sem moldura.
Para aproveitar o espaço sob a escada de sua loja, Irene Bodnar Putti, 40, bolou um tanque semi-aberto para carpas e kinguios (também conhecidos como peixes-japoneses ou "goldfishes", de cores branca e laranja).
"Vira um aquário grande para quem não tem espaço", diz Putti, que recomenda espécies tranqüilas e resistentes. "Algumas carpas vêm comer na mão do dono."

Luz
Outra dica para acertar a mão é deixar os peixes à vontade, como se estivessem no mar ou no rio. Saem os barquinhos e baús de plástico, entram corais, plantas, rochas e tocos de madeira.
Plantas aquáticas e até forrações podem ser criadas no aquário de água doce, desde que tenham boa iluminação. Nesse caso, geralmente contam com a companhia de peixes pequenos, como néons e paulistinhas, ou calmos, como o acará-disco (espécie meio achatada e bem colorida).
Os colegas do peixe-palhaço, protagonista do filme "Procurando Nemo", gostam mais de se aninhar em corais e anêmonas em aquários de água salgada. Até espécies de rio, como o pintado e o pirarucu, podem entrar em casa. Ao seu redor, pedras e tocos de madeira imitam seu habitat.
"É importante recriar a sensação de iluminação natural, para que não seja agressiva aos peixes", afirma o arquiteto João Armentano. Para obter esse efeito, adota-se a lâmpada HQI, que emite mais luz (e também gasta mais energia) que as fluorescentes e gera muito calor, o que pede cuidado para evitar a multiplicação de algas.
"Diferentemente da fluorescente, que é mais homogênea, possibilita a formação de sombras. Dá para ver os raios entrando, como se fosse o sol", completa o arquiteto Guilherme Yuji Moki, designer de aquários da loja Eco Marine. (BRUNA MARTINS FONTES)


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