São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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TECIDOS

Material têxtil de decoração começa a disputar com o de vestuário; sofás e cortinas mantêm a preferência

"Vestir" a casa vira tendência também em solo brasileiro

DA ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

Se comparados aos europeus e aos norte-americanos, os brasileiros ainda não têm a mesma disposição para forrar a sua casa com tecidos. Mas, ao que tudo indica, esse quadro está mudando.
Os têxteis para decoração começam a disputar medidas com os dedicados ao vestuário e hoje representam cerca de 10% do mercado de tecidos no Brasil.
A estimativa é feita por Marielza Milani, 55, coordenadora do grupo de tecelagem para decoração da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
"É uma fatia relevante do mercado e que está em crescimento", comenta Milani. Tanto que a associação já está estudando a realização de um mapeamento específico sobre esse segmento.
Os campeões da preferência nacional, porém, ainda são os revestimentos para sofás e os tecidos para cortinas, de acordo com a coordenadora da Abit.
O arquiteto Luís Augusto Garçon concorda com ela: "Não temos cultura de forrar paredes com tecido, que, para o ambiente, geralmente é mais uma solução acústica do que estética".

Ocupar os espaços vazios
Para a designer de interiores Mon Liu, decorar paredes com tecidos acústicos dá um toque diferenciado ao ambiente.
Ela também aponta como alternativa à tinta o revestimento de paredes com lambris de madeira até a metade, preenchendo o restante, então, com tecidos.
Fora da sala de estar, ela diz que por aqui se usam muito tecidos náuticos e couros laváveis em áreas externas, como as de piscinas. "O mercado brasileiro costuma aceitar muito bem as novidades", afirma a designer.
Para Liu, os preferidos ainda são os naturais. "Têm menos resistência do que os sintéticos, mas são mais confortáveis ao toque", opina. "A palha, por exemplo, está sendo muito usada como porta de armários, especialmente em casas de praia", conta.
Já Luís Augusto Garçon destaca os sintéticos, como a microsseda e o poliéster, "que não perdem a textura e o caimento". "A microsseda, o couro sintético e os tecidos tramados com aparência natural são cada vez mais bem-feitos."

Brasilianismo
Para as estampas, o arquiteto comenta que "motivos florais, adamascados e brasilianistas, como palmeiras e bananeiras, são sempre muito usados".
Mas a falta de tradição do tecido na decoração não significa que por aqui não existam diversas opções para os adeptos das tramas dentro e fora de casa.
"Tecidos com proteção solar e especiais para banheiros e piscina já são comercializados há cerca de cinco anos no país", explica Milani. Ou seja, os fãs desse tipo de decoração não estão desamparados. (BRUNA MARTINS FONTES)


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