São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004

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SINTÉTICO

Técnicos divergem sobre uso do composto em pontos estruturais e dizem que não deve ser empregado em pilares

Fibra prolonga a vida útil de estruturas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A aplicação da fibra de vidro em obras vai além da aparência. O material também pode ser misturado ao concreto e à madeira para reforçar, proteger ou dar mais leveza a peças e estruturas.
"Dá para fazer concreto armado com barras de fibra de vidro no lugar das de aço", diz Protasio Ferreira e Castro, da Universidade Federal Fluminense.
Ele recomenda essa saída em construções de concreto aparente em regiões próximas ao mar para evitar os efeitos da salinidade.
Segundo Castro, as barras de fibra de vidro têm boa resistência à tração, mas não à compressão. "Devem ser usadas em elementos que são flexionados, como lajes e vigas, mas não em pilares."
O uso da fibra em estruturas para substituir o aço é discutido entre especialistas. "No Brasil, há pouca tecnologia para usá-la em estruturas", aponta José Ruas, gerente comercial da Cogumelo.
A fibra de vidro também já foi testada como aliada para reforço de estruturas de madeira por pesquisadores do Lamem (Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).
Peças de pinus laminadas com fibra mostraram mais resistência do que se não tivessem a laminação. "As vigas ficam mais fortes, especialmente nos pontos de emenda, região mais frágil", explica Antonio Alves Dias, 45, professor do departamento de engenharia de estruturas da EESC. O aumento da resistência vai a 60%.
"A madeira é mais barata, mas a fibra de vidro não degrada, não dá cupim e permite fazer vãos maiores", ressalta Antonio Robim, diretor comercial da Aepi do Brasil, que sugere a aplicação do material em estruturas de telhados.

Painéis mais leves
Painéis pré-fabricados de concreto ficam mais leves quando ganham fibra de vidro em sua composição, dispensando o aço. São usados para revestir fachadas.
Enquanto o metro quadrado das placas de concreto maciço pesa 300 kg, um painel com adição de fibra com as mesmas dimensões fica em 70 kg, segundo Fabio Pisciotta, 39, diretor da Pavi do Brasil (fabricante dos painéis).
"Facilitam a instalação e não correm risco de corrosão", ressalta Luiz Henrique Ceotto, 51, diretor de construção da incorporadora Inpar, que usou o material no projeto de um hotel.
O metro quadrado de painel sai por R$ 180, custo similar ao do material tradicional. (BMF)


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