São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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MUDANÇA DE ARES

Cheiro ajuda a curar, mas pode causar alergia

Essências, que pioram quadros de rinite, auxiliam no tratamento de doenças como depressão e insônia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se Marilyn Monroe declarou que dormia com apenas algumas gotas do perfume Chanel nš 5, adeptos da aromaterapia afirmam que o mesmo vale para que essências deixem os ambientes cheirosos e relaxantes.
Entre cinco e dez gotas da substância em um odorizador já são o suficiente para aromatizar um cômodo da casa por cerca de três horas.
E mesmo auxiliar no tratamento de algumas doenças. "Lavanda, por exemplo, ajuda em transtornos como insônia e depressão", afirma a especialista em aromas Sâmia Maluf.
A especialista diz que trata desses males com o que ela chama de "terapia complementar".
Para tanto, os mais indicados são os óleos essenciais, extraídos de plantas. "Essências sintéticas lidam apenas com a memória olfativa", diferencia.
A empresária Carla Villardi adotou "remédios" para relaxar que variam de acordo com o cômodo da casa.
"Na sala, o cheiro é de patchuli. Nos banheiros e no quarto dos meus filhos, de lavanda", diz Villardi, que estima que gasta cerca de R$ 150 por mês em velas perfumadas, aromatizadores de lençol e essências.
"Quando dou uma festa em casa, uso velas especiais para dar um "up" no ambiente", revela a empresária.
A designer Christiane Schumaker, por sua vez, adota outro parâmetro para variar os cheiros. ""Decoro" a casa com aromas diferentes, dependendo da ocasião", conta.
"Se é um encontro a dois, coloco essências de baunilha ou de morango. Mas, para uma reunião de amigos, aposto em verbena ou capim-cidreira, que descontraem", explica.
Schumaker também usa aromas para relaxar. "Não tem coisa melhor do que tomar um banho de banheira e acender velas perfumadas", descreve.
Mas não é só nos momentos de sombra e água fresca que os aromas afetam os sentidos.
"Eles também são úteis no ambiente de trabalho. Com um óleo que favoreça a concentração, como o de manjericão ou o de menta, dá para se manter focado por mais tempo", pontua a aromaterapeuta Silvia Kalvon.
Ela ressalva que os colegas de trabalho devem ser consultados antes da adoção dos cheiros. "É como ouvir música: há quem não se incomode, mas outros podem se sentir perturbados", compara.

Alergias
Além da política de boa vizinhança, a precaução também envolve outro fator: alergia.
"Detectá-la em relação a um perfume é difícil, em termos de testes. Na prática, porém, é simples: a pessoa começa a espirrar ou a tossir quando exposta àquela fragrância", afirma a médica Márcia Carvalho Mallosi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em geral, os mais suscetíveis aos aromatizadores são os que sofrem de rinite. "Quem tem asma é menos provável que se incomode com aromas em ambientes", caracteriza.
Mallosi aconselha a quem tem rinite mais severa que mantenha distância especialmente dos incensos. "Como o cheiro é mais forte, podem desencadear uma crise." (MD)


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