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MUDANÇA DE ARES
Cheiro ajuda a curar, mas pode causar alergia
Essências, que pioram quadros de rinite, auxiliam no tratamento de doenças como depressão e insônia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se Marilyn Monroe declarou
que dormia com apenas algumas gotas do perfume Chanel
nš 5, adeptos da aromaterapia
afirmam que o mesmo vale para que essências deixem os ambientes cheirosos e relaxantes.
Entre cinco e dez gotas da
substância em um odorizador
já são o suficiente para aromatizar um cômodo da casa por
cerca de três horas.
E mesmo auxiliar no tratamento de algumas doenças.
"Lavanda, por exemplo, ajuda
em transtornos como insônia e
depressão", afirma a especialista em aromas Sâmia Maluf.
A especialista diz que trata
desses males com o que ela chama de "terapia complementar".
Para tanto, os mais indicados
são os óleos essenciais, extraídos de plantas. "Essências sintéticas lidam apenas com a memória olfativa", diferencia.
A empresária Carla Villardi
adotou "remédios" para relaxar
que variam de acordo com o cômodo da casa.
"Na sala, o cheiro é de patchuli. Nos banheiros e no quarto dos meus filhos, de lavanda",
diz Villardi, que estima que gasta cerca de R$ 150 por mês em
velas perfumadas, aromatizadores de lençol e essências.
"Quando dou uma festa em
casa, uso velas especiais para
dar um "up" no ambiente", revela a empresária.
A designer Christiane Schumaker, por sua vez, adota outro
parâmetro para variar os cheiros. ""Decoro" a casa com aromas diferentes, dependendo da
ocasião", conta.
"Se é um encontro a dois, coloco essências de baunilha ou
de morango. Mas, para uma
reunião de amigos, aposto em
verbena ou capim-cidreira, que
descontraem", explica.
Schumaker também usa aromas para relaxar. "Não tem coisa melhor do que tomar um banho de banheira e acender velas perfumadas", descreve.
Mas não é só nos momentos
de sombra e água fresca que os
aromas afetam os sentidos.
"Eles também são úteis no
ambiente de trabalho. Com um
óleo que favoreça a concentração, como o de manjericão ou o
de menta, dá para se manter focado por mais tempo", pontua a
aromaterapeuta Silvia Kalvon.
Ela ressalva que os colegas de
trabalho devem ser consultados antes da adoção dos cheiros. "É como ouvir música: há
quem não se incomode, mas
outros podem se sentir perturbados", compara.
Alergias
Além da política de boa vizinhança, a precaução também
envolve outro fator: alergia.
"Detectá-la em relação a um
perfume é difícil, em termos de
testes. Na prática, porém, é
simples: a pessoa começa a espirrar ou a tossir quando exposta àquela fragrância", afirma a médica Márcia Carvalho
Mallosi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em geral, os mais suscetíveis
aos aromatizadores são os que
sofrem de rinite. "Quem tem
asma é menos provável que se
incomode com aromas em ambientes", caracteriza.
Mallosi aconselha a quem
tem rinite mais severa que
mantenha distância especialmente dos incensos. "Como o
cheiro é mais forte, podem desencadear uma crise."
(MD)
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