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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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REFORMA

Terceirizar a limpeza da obra e o recolhimento de entulho poupa tempo, mas não dinheiro

Empresas fazem a sujeira virar pó

Roberto Assunção/Folha Imagem
Além de contratar uma caçamba para levar o entulho da construção de sua casa, Nádia Favarin reutiliza toda a madeira que sobra


BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Tudo estava cheio de poeira e não dava para pisar no chão, de tão sujo." Assim ficou o apartamento do economista Gabriel Gasparetto, 47, após uma reforma. Quem encontra cenários como esse e não se sente à vontade entre baldes e vassouras pode terceirizar a limpeza da obra.
As empresas que oferecem esse serviço levam de um a três dias para completar a tarefa. E se propõem a ir além do "faxinão", o que inclui remover manchas e respingos em esquadrias, polir metais, tratar o piso e limpar janelas e fachadas.
"Se tivesse contratado uma faxineira, ela não ia dar conta em menos de 15 dias", calcula Gasparetto, que pagou R$ 800 para ter a casa limpa em um dia e meio.
O gerente financeiro da Forma Editora, José Carlos dos Santos, 54, contratou uma empresa de limpeza para dar um jeito na área de 1.000 m2 para onde a empresa iria se mudar. Em três dias, não havia mais vestígio da obra. "Deixaram o local pronto para funcionar." A faxina custou R$ 2.500.

Caçambas
Mas, antes da limpeza, a primeira e mais pesada tarefa fica a cargo das "caçambeiras", empresas que levam todo o entulho para fora.
No caso de obras pequenas, que gerem menos de 50 kg de entulho, não é necessário recorrer à caçamba, já que a prefeitura se encarrega da coleta do lixo. Em empreitadas maiores, não há como fugir dos caixotões de entulho.
Contratar uma "caçambeira" requer muito cuidado. Preço mais baixo pode significar prejuízo. Isso porque, em São Paulo, apenas cerca de 500 entre aproximadamente 700 companhias têm licença da prefeitura para operar.
"As que cobram muito pouco geralmente jogam entulho em locais irregulares", comenta Eduardo Barboza, 47, presidente do Sieresp (Sindicato das Empresas de Remoção de Entulho do Estado de São Paulo). Ele sugere exigir da empresa a verificação da licença. "E não basta saber apenas se é licenciada, mas se o cadastro na prefeitura é atualizado." A licença vale por um ano.
Isso evita multas que podem chegar a R$ 5.200 e recair também sobre quem contratou o serviço.
Na capital, só três locais recebem esse material: o aterro de Itaquera e outras áreas de transbordo em Itatinga e na Vila Leopoldina. Segundo o Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana do Município de São Paulo), em março a cidade deve receber outro local, o "ecoponto" da Mooca.

Pela internet

O que parece lixo pode acabar rendendo um dinheiro extra depois da obra. No site Excess Channel (www.ech.com.br), organizado pela Boucinhas & Campos Consultores, pode-se comprar e vender entulho. Camargo Correa, Portobello e White Martins são algumas das empresas que participam do leilão virtual de sobras.
Os candidatos se cadastram no site para oferecer ou procurar material. O critério de escolha de quem pode participar não é o da quantidade, mas só pessoas jurídicas podem vender o material pela internet, enquanto pessoas físicas podem vender e comprar.


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