São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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Nova norma avalia tintas "premium"

Procedimento está em estudo na ABNT e atraiu Basf para programa de qualidade do Ministério das Cidades

GIOVANNY GEROLLA
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de agora, quem comprar tintas para renovar a casa terá maiores chances de acertar na qualidade. Com a futura avaliação das tintas "standard" e "premium" pelo Programa Setorial de Qualidade de Tintas Imobiliárias do Ministério das Cidades, 95% desse mercado passa a integrar a operação que padroniza o conteúdo das latas.
"Das grandes empresas fabricantes de tintas, faltará agora apenas a Lukscolor", celebra a supervisora da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta), Gisele Bonfim, que justifica o incremento do programa com o retorno da empresa química Basf -que responde pela marca Suvinil- para a associação.
Uma nova norma da Abrafati, em estudo na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), avaliará o desempenho de tintas "standard" e "premium", carros-chefe de mercado da Basf, que havia deixado o programa em 2004.
"Com a entrada das tintas látex "standard" e "premium" no programa e a volta da Basf à lista dos nossos participantes, teremos coberto praticamente 95% do mercado de tintas", declara Bonfim.
A supervisora explica que os procedimentos do controle de qualidade começam por um diagnóstico de mercado com auditorias nas empresas participantes, que apontam as marcas encontradas no mercado dentro de cada categoria.
A avaliação define os critérios para a classificação das tintas. "A norma da Abrafati vai então para uma comissão de estudos da ABNT, para que seja finalmente aprovada", conta.
A partir daí, há ensaios trimestrais que comprovam o desempenho em itens como poder de cobertura, resistência à abrasão (esfregadelas) e absorção de água.
"Apesar de desenvolvermos uma linguagem comum a todos os fabricantes, que dará ao consumidor maior clareza sobre a qualidade do material comprado, há ainda muito chão pela frente", diz Bonfim.
"Depois de terminarmos com as tintas látex e passarmos a avaliar os esmaltes e as "premium", haverá ainda vernizes, seladoras, texturas e outros itens a serem verificados."
Segundo o vice-presidente da Basf, Rui Goerck, 44, a empresa se afastou da Abrafati em 2004 porque "não havia convergência de interesses setoriais".

Interesses convergentes
Ele explica que, até 2004, as diferentes representações dos fabricantes de tintas lutavam separadamente por objetivos também diversos.
"O Sitivesp [Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo] era a favor da redução de impostos, enquanto a Abrafati treinava fiscais para reduzir o problema da sonegação e investia no programa de qualidade", relata.
Goerck admite que o programa setorial tomava caminhos também desinteressantes para a sua empresa. "A Basf entende que seus produtos, como os da Suvinil, têm qualidade consagrada. A tinta econômica é, para nós, assunto pequeno", diz, referindo-se à marca Novinil.
"Agora que o programa está consolidado e que tintas "standard" e "premium" serão avaliadas, credenciaremos nossas empresas [Novinil, Glasurit e Suvinil]", afirma.


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