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Nova norma avalia tintas "premium"
Procedimento está em estudo na ABNT e atraiu Basf para programa de qualidade do Ministério das Cidades
GIOVANNY GEROLLA
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de agora, quem comprar tintas para renovar a casa
terá maiores chances de acertar na qualidade. Com a futura
avaliação das tintas "standard"
e "premium" pelo Programa
Setorial de Qualidade de Tintas
Imobiliárias do Ministério das
Cidades, 95% desse mercado
passa a integrar a operação que
padroniza o conteúdo das latas.
"Das grandes empresas fabricantes de tintas, faltará agora
apenas a Lukscolor", celebra a
supervisora da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta), Gisele Bonfim,
que justifica o incremento do
programa com o retorno da
empresa química Basf -que
responde pela marca Suvinil-
para a associação.
Uma nova norma da Abrafati,
em estudo na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), avaliará o desempenho
de tintas "standard" e "premium", carros-chefe de mercado da Basf, que havia deixado o
programa em 2004.
"Com a entrada das tintas látex "standard" e "premium" no
programa e a volta da Basf à lista dos nossos participantes, teremos coberto praticamente
95% do mercado de tintas", declara Bonfim.
A supervisora explica que os
procedimentos do controle de
qualidade começam por um
diagnóstico de mercado com
auditorias nas empresas participantes, que apontam as marcas encontradas no mercado
dentro de cada categoria.
A avaliação define os critérios para a classificação das tintas. "A norma da Abrafati vai
então para uma comissão de estudos da ABNT, para que seja
finalmente aprovada", conta.
A partir daí, há ensaios trimestrais que comprovam o desempenho em itens como poder de cobertura, resistência à
abrasão (esfregadelas) e absorção de água.
"Apesar de desenvolvermos
uma linguagem comum a todos
os fabricantes, que dará ao consumidor maior clareza sobre a
qualidade do material comprado, há ainda muito chão pela
frente", diz Bonfim.
"Depois de terminarmos
com as tintas látex e passarmos
a avaliar os esmaltes e as "premium", haverá ainda vernizes,
seladoras, texturas e outros
itens a serem verificados."
Segundo o vice-presidente da
Basf, Rui Goerck, 44, a empresa
se afastou da Abrafati em 2004
porque "não havia convergência de interesses setoriais".
Interesses convergentes
Ele explica que, até 2004, as
diferentes representações dos
fabricantes de tintas lutavam
separadamente por objetivos
também diversos.
"O Sitivesp [Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do
Estado de São Paulo] era a favor
da redução de impostos, enquanto a Abrafati treinava fiscais para reduzir o problema da
sonegação e investia no programa de qualidade", relata.
Goerck admite que o programa setorial tomava caminhos
também desinteressantes para
a sua empresa. "A Basf entende
que seus produtos, como os da
Suvinil, têm qualidade consagrada. A tinta econômica é, para nós, assunto pequeno", diz,
referindo-se à marca Novinil.
"Agora que o programa está
consolidado e que tintas "standard" e "premium" serão avaliadas, credenciaremos nossas
empresas [Novinil, Glasurit e
Suvinil]", afirma.
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