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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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"HOME THEATER"

Tapetes, sofás, quadros e até livros podem potencializar ou prejudicar a performance de som e imagem

Tecidos inadequados "queimam" o filme

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nem sempre o que faz bem aos olhos agrada aos ouvidos. Conciliar performance com uma decoração que potencialize os atributos do aparelho é o desafio dos projetistas de "home theater".
"Superfícies muito lisas refletem o som e causam reverberação e eco", explica Josias Cordeiro Junior, proprietário da Josias Estúdio, que prefere os ambientes mais aconchegantes.
Quando se trata de obter o melhor desempenho de som e imagem, a decoração pode ser uma grande aliada. Nesse quesito, tapetes, estofados, quadros e até livros podem ser usados para obter o som ideal, sem ecos ou abafado.
"Em geral, o equilíbrio acústico é feito usando o mobiliário", diz Arnaldo Schver, 49, gerente de marketing da Illbruck-Sonex.
Engana-se quem acha que os tecidos são meros coadjuvantes estéticos na hora do filme. Em sofás, tapetes, almofadas e cortinas, eles são essenciais para determinar se a sala vai ficar "viva" ou "morta".
Se o espaço tiver muitas superfícies lisas, como a madeira, o vidro e o piso cerâmico, fica "vivo" porque reflete muito o som. Mas se predominarem os tecidos pesados, fica "morto", porque estes absorvem demais o áudio.

Caixas
Quanto aos materiais, Victor Rainer, 40, sócio-diretor da Memphis Áudio e Vídeo, considera a madeira a opção mais musical. "Ela reverbera com o som e cria um ambiente mais agradável."
A posição das caixas é importante. "As frontais devem ficar na altura dos ouvidos de uma pessoa sentada, enquanto é recomendável que as de "surround" fiquem um metro atrás do sofá e meio metro acima do ouvido", ensina Rafael Barros, 55, consultor técnico da Bogart & Mozart.
Não encostar as caixas na parede para evitar que os sons graves sejam muito acentuados é a dica de Fernando Nunes, 30, supervisor de treinamento da Disac.
Quando a luz é o foco da atenção, os cuidados são mais simples, já que a única regra é evitar que lustres, janelas e luminárias ofusquem a projeção ou a visão.
"Geralmente trabalho com luz indireta, embutida no teto, para não atrapalhar", comenta a decoradora Fábia Annunziata Marques, 41. "Mas, como a sala pode ter outros usos, não deve ficar sem boa iluminação."
Para criar o clima de escurinho do cinema, as cortinas geralmente são escuras, mas não precisam, necessariamente, ser grossas. Um modelo muito usado por decoradores é o "blecaute", tecido que fica entre a cortina e a janela e absorve a luz que vem de fora.
Outro recurso comum nos projetos é o "dimmer", que controla gradualmente a intensidade da luz, aumentando o conforto visual no ambiente.

Barulho só do lado de fora
Investir no isolamento ou no tratamento acústico da sala é alternativa da qual só lançam mão os mais aficionados por som. Ou quem está muito preocupado com os ouvidos dos vizinhos e outros habitantes da casa.
Quem sofre com ruas e vizinhança barulhentas demais pode recorrer a vidros duplos nas janelas, por exemplo.
Nos casos extremos, paredes reforçadas com placas isolantes ajudam a manter o silêncio. Essas placas podem ser aplicadas sobre a alvenaria, mas também há a opção de fazer paredes de gesso acartonado com recheio de material anti-ruído, como a lã de vidro.
Mas, se o caso não for tão grave, atenção aos vãos de portas e janelas põe fim à questão do excesso de ruído. (BRUNA MARTINS FONTES)


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