São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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Casa sob medida

Móveis com dimensão e localização certas evitam mau jeito e acidentes

Fotos Leo Caobelli/Folha Imagem
Silvia Campos (com a filha, Fabiana) aumentou a altura da pia para não ter dor nas costas


DEBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

As obras na cozinha da professora de espanhol Silvia Campos, 30, não lhe causaram nenhuma dor de cabeça. Pelo contrário: foram a cura para suas dores nas costas.
O incômodo, segundo Campos, surgia toda vez que ela lavava a louça, pois a pia tinha 80 cm de altura, abaixo da medida padrão (90 cm).
"Foi meu ortopedista quem desconfiou, e, depois da reforma, melhorei mesmo", afirma.
Pias tão baixas -ou altas- que chegam a provocar dores são um exemplo de problemas ergonômicos domésticos.
A ergonomia busca soluções para que as pessoas realizem atividades cotidianas sem fazer um esforço exagerado, sentir dores ou causar acidentes.
O termo é muito ouvido em escritórios, fábricas e outros ambientes de trabalho, mas tem aplicações dentro de casa.
"A ergonomia deve fazer parte dos projetos de arquitetura e de decoração", ressalta a decoradora Lúcia Goulart, coordenadora do curso técnico de design de interiores do Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Ainda na cozinha, um outro exemplo de defeito ergonômico em bancadas é a ausência de um vão inferior que sirva para encaixar os pés, evitando que, para se aproximar da superfície, seja preciso virar as pontas dos pés para fora.
Goulart sugere que se construa uma sapata, uma espécie de patamar para gabinete, fogão e até geladeira, com recuo de 10 cm para encaixar os pés.

Malabarismos
Armários sobre a pia devem ser evitados. Além de exigir malabarismos, se forem muito fundos e projetados para fora da parede poderão colocar em risco as testas das pessoas mais desavisadas.
"Minha filha costuma bater a cabeça no suporte do microondas, que fica acima da pia, quando lava a louça, mas eu não bato porque sou mais baixa e já me acostumei", relata a dona-de-casa Janete dos Santos, 48.
O ideal é que se possa enxergar o que é preciso pegar e, assim, evitar acidentes.
Fogão, pia e geladeira devem formar um triângulo e estar a, no máximo, quatro passos um do outro, para permitir uma circulação ágil e segura ao preparar uma refeição. Ao comer, o ideal é ter uma cadeira com encosto e estofada.
"Bancos altos são peças bonitas de decoração, mas deixam a lombar sem apoio e tornam incômoda até uma refeição rápida", alerta a arquiteta especializada em ergonomia Beatriz Chimenthi, 33, sócia da empresa Designergonomia, situada no Rio de Janeiro.
"E, além disso, costumam-se colocar os pés nas alças debaixo dele, e o banco cai."


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