São Paulo, domingo, 21 de abril de 2002

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SAÚDE

Para se livrarem dos ácaros, famílias removem o carpete, substituem as cortinas e dão fim a bichos de pelúcia e livros

Alérgicos motivam "revolução" na casa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A primeira crise de rinite alérgica de Tomás, 6, filho mais novo da publicitária Maria Stella Rubio, 40, tirou a família toda da cidade de São Paulo por 15 dias. O menino tinha seis meses de idade. Rubio também é alérgica, assim como seu marido e os filhos (o mais velho, Felipe, tem nove anos).
Desde então, a família fez uma revolução em casa: removeu o carpete, substituiu as cortinas, eliminou os bichos de pelúcia e os livros. Mas, segundo a mãe, o que mais contribuiu para a diminuição dos espirros foi a contratação de uma empresa de higienização e extermínio de ácaros.
"Aprendi também a manter somente alguns porta-retratos em prateleiras, para facilitar a limpeza com pano úmido."
Caroline Sanz, 47, que tem três filhos alérgicos, também descobriu que a faxina normal não resolve. Contratou a Alergoclean, que faz a limpeza do apartamento uma vez por semana. "É mais barato que duas faxineiras."
Segundo Edison Monaco, 50, diretor da empresa, limpar uma casa de dois quartos custa cerca de R$ 150. O extermínio de ácaros em um imóvel sem carpete fica em torno de R$ 50 por cômodo.

Livros
A empresa usa um aspirador capaz de sugar a poeira mais interiorizada, diz Monaco. Oferece também um método químico com o qual é possível manter o ambiente com baixos níveis de alergênios (agentes causadores) por 60 dias.
"A quantidade de sujeira que não enxergamos, mas que permanece na casa após uma limpeza convencional é imensa", afirma a jornalista Janete Leão Ferraz, 43.
A limpeza semanal permitiu à família de Ferraz não abrir mão de seus 4.000 livros. "Eles passam por um tratamento com fungicida a cada três meses." O gato é tratado com um produto importado que reduz a queda de pêlos e, em consequência, espalha menos agentes alergênios pela casa.
Há três anos, o filho da pediatra Mônica Piloto Santos Checchia, 44, vem se beneficiando da limpeza. Caio, hoje com 16 anos, tem bronquite, rinite e conjuntivite alérgicas, mas "deixou de usar remédios fortíssimos", diz a mãe.
A jornalista Alessandra Lacerda, 28, não teve a mesma sorte. Conta que alugou um apartamento acarpetado, embora ela e seu marido, o músico Clayton Barros, sofressem de alergia a pó. O tratamento diário do carpete virou questão de sobrevivência. "Foi difícil. Sentíamos a poeira no nariz."
"Hoje, o cuidado é tão grande com a limpeza do carpete que, às vezes, penso em pedir às pessoas para arrancar os sapatos antes de entrar." (NATHALIA BARBOZA)


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