São Paulo, domingo, 23 de março de 2008

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tinta fresca

Cores na parede refletem modo de vida

Centro de estudos associa tons a quatro tipos de personalidade: sustentável, fantasiosa, barroca e extremista

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO

Se a casa fosse um grande divã, pode-se dizer que o morador revelaria sua psique ao pintar as paredes.
A cor como indicativo do estilo de vida foi a temática da apresentação, na última terça-feira, da Cartela Cecal 2009 -a paleta apontada como tendência pelo Centro de Estudos de Cor para a América Latina.
Em palestra realizada no Masp (Museu de Arte de São Paulo), a designer de interiores Elisabeth Wey, presidente do CBC (Conselho Brasileiro de Cores), dividiu as tonalidades em quatro grupos, que espelham as personalidades de quem as escolhe.
O cimento e o tijolo, que constroem uma realidade dura, ou o que ela chama de "época de pane", são então cobertos por tintas para ganharem um viés imaginário, onírico.
O escapismo principia pelo deslocamento da natureza para os espaços edificados.
A aquarela do "Ecotom", que inclui limão, moca, musgo, sépia e cobre, caracteriza "entusiastas do naturalismo doméstico", que não abrem mão do conforto, mas escolhem aparelhos, como ar-condicionado, que gastam menos energia.
A fuga passa ainda pelo universo da fantasia, a quase total negação dos contratempos cotidianos. É o que Wey chama de sociedade "Peter Pan", que se recusa a crescer e faz do living, do quarto ou de outro cômodo a sua "Terra do Nunca".
Para constituir esse mundo lúdico, usa cores "Ludis": tangerina, tomate, ameixa, fúcsia, lilás, limão, negro, verde palmeira, azul "royal".
"Abusa de tons fortes e de grafismos coloridos", conta a consultora.

Barroco
Uma volta ao passado também pode ser um bom refúgio. Adeptos do "Neogolden" encontram em tons de trigo, ametista, cobre, areia, dourado e pérola o reflexo de seu apego a ornamentos, e os objetos que estavam guardados no baú saem dele para decorar a casa.
Em oposição ao clean, é o predomínio do barroco. Ele faz menção ao filme "Elizabeth - A Era do Ouro", que retrata um período da vida da rainha Elizabeth 1ª no século 16.
E, numa época de tantos extremos, não podia faltar o tema "MAXImini". Aqui, o excesso de um vermelho chinês é o contraponto à sutileza de um tom lavanda ou "luna". "Quebram-se normas", explicita Wey.
"Ou é muito grande, ou muito pequeno. Há desde peças de cerâmica de 0,5 cm por 0,5 cm até blocos de 3 m por 1 m."


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