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tinta fresca
Cores na parede refletem modo de vida
Centro de estudos associa tons a quatro tipos de personalidade: sustentável, fantasiosa, barroca e extremista
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO
Se a casa fosse um grande
divã, pode-se dizer que o morador revelaria sua psique ao
pintar as paredes.
A cor como indicativo do estilo de vida foi a temática da
apresentação, na última terça-feira, da Cartela Cecal 2009 -a
paleta apontada como tendência pelo Centro de Estudos de
Cor para a América Latina.
Em palestra realizada no
Masp (Museu de Arte de São
Paulo), a designer de interiores
Elisabeth Wey, presidente do
CBC (Conselho Brasileiro de
Cores), dividiu as tonalidades
em quatro grupos, que espelham as personalidades de
quem as escolhe.
O cimento e o tijolo, que
constroem uma realidade dura,
ou o que ela chama de "época de
pane", são então cobertos por
tintas para ganharem um viés
imaginário, onírico.
O escapismo principia pelo
deslocamento da natureza para
os espaços edificados.
A aquarela do "Ecotom", que
inclui limão, moca, musgo, sépia e cobre, caracteriza "entusiastas do naturalismo doméstico", que não abrem mão do
conforto, mas escolhem aparelhos, como ar-condicionado,
que gastam menos energia.
A fuga passa ainda pelo universo da fantasia, a quase total
negação dos contratempos cotidianos. É o que Wey chama de
sociedade "Peter Pan", que se
recusa a crescer e faz do living,
do quarto ou de outro cômodo a
sua "Terra do Nunca".
Para constituir esse mundo
lúdico, usa cores "Ludis": tangerina, tomate, ameixa, fúcsia,
lilás, limão, negro, verde palmeira, azul "royal".
"Abusa de tons fortes e de
grafismos coloridos", conta a
consultora.
Barroco
Uma volta ao passado também pode ser um bom refúgio.
Adeptos do "Neogolden" encontram em tons de trigo, ametista, cobre, areia, dourado e
pérola o reflexo de seu apego a
ornamentos, e os objetos que
estavam guardados no baú
saem dele para decorar a casa.
Em oposição ao clean, é o
predomínio do barroco. Ele faz
menção ao filme "Elizabeth - A
Era do Ouro", que retrata um
período da vida da rainha Elizabeth 1ª no século 16.
E, numa época de tantos extremos, não podia faltar o tema
"MAXImini". Aqui, o excesso
de um vermelho chinês é o contraponto à sutileza de um tom
lavanda ou "luna". "Quebram-se normas", explicita Wey.
"Ou é muito grande, ou muito pequeno. Há desde peças de
cerâmica de 0,5 cm por 0,5 cm
até blocos de 3 m por 1 m."
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