São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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Trabalho bem acomodado

"Home office" pede móveis certificados pela ABNT, indicativo de que passaram por estudos ergonômicos

Rafael Hupsel/Folha Imagem
O "home office" do industrial Eurípedes Gobi, projetado pelo arquiteto Aquiles Kilaris, fica perto da entrada da casa

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Levar serviço para casa e começar o expediente no computador doméstico para evitar horas no trânsito já virou rotina. Mas é o planejamento, e não o hábito, que sustenta um projeto de "home office".
O primeiro passo é a escolha do local em que será montado o escritório. A partir daí, é preciso pensar no mobiliário e nas opções de iluminação.
Também é importante prever o sistema de cabeamento para aparelhos eletroeletrônicos e de telefonia, computadores e acessórios e para a implantação da tecnologia "wireless", visando ao uso de equipamentos sem fio, como o laptop.
Na hora de definir o espaço, é preciso ter em mente que ele deverá ser confortável e favorável à produtividade.
"É comum um solteiro conjugar o escritório a outros cômodos, mas não é aconselhável montá-lo no quarto do casal, principalmente com filhos", diz Cláudia Andrade, especialista em projetos de escritórios corporativos e professora da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo).

Sem distração
Separar o "home office" da rotina distrativa também é o conselho de Antonio Mantovani Neto, sócio do escritório de arquitetura Dante Della Manna. "E deve ser dimensionado pela quantidade de documentos e de livros que o usuário tem e que possa vir a ter", completa.
Em seu apartamento, na falta de um cômodo "sobrando", Mantovani montou o espaço de trabalho em um mezanino de estrutura metálica, o que foi possível por morar sozinho, diz. "Do escritório vejo a sala, a cozinha e o quarto."
O industrial Eurípedes Gobi, por sua vez, optou pelo "home office" bem na entrada da casa. "Posso receber pessoas sem interferir nos outros ambientes", conta. "É um cômodo com vista externa e janelas grandes. Posso abaixar a persiana quando quero mais privacidade."
No caso do empresário de marketing esportivo Christian Kittler, integrar o escritório ao "home theater" e à sala de estar foi uma estratégia não só para ganhar espaço: "A TV e o som precisam estar sempre ligados nas programações esportivas". O projeto é da SM2 Arquitetos.

Luz e mobilidade
Ergonomia é o critério principal na hora de recrutar os móveis, que devem facilitar a movimentação do usuário (leia mais no texto ao lado). A cadeira requer regulagem de altura; prefira modelos em que o encosto se molda às costas, permitindo a inclinação do corpo.
Cláudio Santili, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ressalta que a inadequação do mobiliário só é percebida depois de algum tempo.
"Um móvel pequeno geralmente não permite que os cotovelos sejam apoiados. Isso acontece muito quando o teclado fica guardado em gaveta. Nessas condições, os braços ficam apoiados na quina, comprimindo os tendões."
Transformar um local da casa em "home office" custa em média de R$ 5.000 a R$ 15 mil, com móveis, cortinas e iluminação. "Utilize o máximo de iluminação natural possível, além de luz apropriada para leitura, que pode vir de uma luminária de mesa", ensina Andrade, da FAU-USP.
Direcionar a iluminação artificial -a branca amplia o espaço- para o teto, com uma luminária de chão, por exemplo, evita reflexo da luz no monitor.


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