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Trabalho bem acomodado
"Home office" pede móveis certificados pela ABNT, indicativo de que passaram por estudos ergonômicos
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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O "home office" do industrial Eurípedes Gobi, projetado pelo arquiteto Aquiles Kilaris, fica perto da entrada da casa
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Levar serviço para casa e começar o expediente no computador doméstico para evitar horas no trânsito já virou rotina.
Mas é o planejamento, e não o
hábito, que sustenta um projeto de "home office".
O primeiro passo é a escolha
do local em que será montado o
escritório. A partir daí, é preciso pensar no mobiliário e nas
opções de iluminação.
Também é importante prever o sistema de cabeamento
para aparelhos eletroeletrônicos e de telefonia, computadores e acessórios e para a implantação da tecnologia "wireless", visando ao uso de equipamentos sem fio, como o laptop.
Na hora de definir o espaço, é
preciso ter em mente que ele
deverá ser confortável e favorável à produtividade.
"É comum um solteiro conjugar o escritório a outros cômodos, mas não é aconselhável
montá-lo no quarto do casal,
principalmente com filhos", diz
Cláudia Andrade, especialista
em projetos de escritórios corporativos e professora da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade
de São Paulo).
Sem distração
Separar o "home office" da
rotina distrativa também é o
conselho de Antonio Mantovani Neto, sócio do escritório de
arquitetura Dante Della Manna. "E deve ser dimensionado
pela quantidade de documentos e de livros que o usuário tem
e que possa vir a ter", completa.
Em seu apartamento, na falta
de um cômodo "sobrando",
Mantovani montou o espaço de
trabalho em um mezanino de
estrutura metálica, o que foi
possível por morar sozinho,
diz. "Do escritório vejo a sala, a
cozinha e o quarto."
O industrial Eurípedes Gobi,
por sua vez, optou pelo "home
office" bem na entrada da casa.
"Posso receber pessoas sem interferir nos outros ambientes",
conta. "É um cômodo com vista
externa e janelas grandes. Posso abaixar a persiana quando
quero mais privacidade."
No caso do empresário de
marketing esportivo Christian
Kittler, integrar o escritório ao
"home theater" e à sala de estar
foi uma estratégia não só para
ganhar espaço: "A TV e o som
precisam estar sempre ligados
nas programações esportivas".
O projeto é da SM2 Arquitetos.
Luz e mobilidade
Ergonomia é o critério principal na hora de recrutar os móveis, que devem facilitar a movimentação do usuário (leia
mais no texto ao lado). A cadeira requer regulagem de altura;
prefira modelos em que o encosto se molda às costas, permitindo a inclinação do corpo.
Cláudio Santili, vice-presidente da Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia,
ressalta que a inadequação do
mobiliário só é percebida depois de algum tempo.
"Um móvel pequeno geralmente não permite que os cotovelos sejam apoiados. Isso
acontece muito quando o teclado fica guardado em gaveta.
Nessas condições, os braços ficam apoiados na quina, comprimindo os tendões."
Transformar um local da casa em "home office" custa em
média de R$ 5.000 a R$ 15 mil,
com móveis, cortinas e iluminação. "Utilize o máximo de
iluminação natural possível,
além de luz apropriada para leitura, que pode vir de uma luminária de mesa", ensina Andrade, da FAU-USP.
Direcionar a iluminação artificial -a branca amplia o espaço- para o teto, com uma luminária de chão, por exemplo, evita reflexo da luz no monitor.
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