São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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INVERNO

Aparelho elétrico é mais prático e tem os custos mais em conta; caras, placas fotovoltaicas fornecem pouca energia

Preço é a gota d'água a favor do chuveiro

Divulgação
Placas fotovoltaicas transformam luz em energia; por R$ 15 mil, abastecem sistema de segurança


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Depois de escolhido o sistema que mais convém ao bolso e ao conforto, é preciso analisar quanto espaço e verba serão necessários para implantá-lo.
O chuveiro elétrico tem a seu favor a praticidade e o custo baixo. O preço varia de R$ 20 a R$ 300, e a instalação custa R$ 50.
O segundo sistema mais barato é o aquecedor a gás, que sai por R$ 1.500 (aparelhos mais instalação), para abastecer uma casa com quatro pessoas e dois chuveiros. O aquecedor solar custa um pouco mais: de R$ 2.000 a R$ 2.500, com instalação.
O mais caro é o aparelho a diesel, que requer investimento de R$ 15 mil, em média. Sua vantagem é a rapidez: aquece 400 litros de água em 20 minutos, contra quatro horas do aquecedor solar.

Pouco espaço
O sistema a gás tem mais aceitação em apartamentos, em que é difícil implantar o solar, a menos que o imóvel esteja na cobertura ou nos últimos andares. "Para fazer isso, seria preciso quebrar todos os apartamentos de cima para baixo para passar a tubulação de água quente, que é separada da de água fria", explica Jayme Sillos, 50, gerente de vendas da Heliotek.
Outro fator que pende a favor do gás em apartamentos é que o modelo de passagem (que aquece o fluxo de água que passa pelo aparelho e o conduz a chuveiros e torneiras) ocupa pouco espaço, pois dispensa o reservatório.
Os três sistemas requerem tubulação separada para conduzir a água quente do reservatório ao chuveiro, geralmente feita em cobre. Essa é a reforma necessária ao instalá-los em uma casa pronta.
O aparelho a gás também precisa de uma saída para levar os gases queimados para fora -um buraco de 15 cm de diâmetro rente ao teto.
No caso do aquecedor solar, mais um cuidado é indispensável. As placas devem estar voltadas para o norte. Essa orientação faz com que as placas recebam sol durante a maior parte do dia.
"A inclinação das placas deve ser de 30 a 35. Mais ou menos do que isso prejudica a eficiência do coletor", alerta Sillos. Se o reservatório de água quente ficar entre as placas coletoras e a caixa-d'água, não será preciso lançar mão de bombas para fazer a água circular.
"A água quente tende a subir, e a fria, a descer, devido a densidades diferentes. Com essa disposição, a água faz um trajeto natural."

Produção de energia
Outra opção para reduzir a conta de luz são as placas fotovoltaicas, que transformam a luz do sol em energia elétrica. "O custo é alto. É indicada para casos em que o consumo é pequeno ou a casa está longe da rede elétrica", avalia César Prieb, pesquisador do Laboratório de Energia Solar da UFRGS.
"É viável para quem está a mais de 3 km da rede", afirma Carlos Cândido Mello, 35, gerente de divisão de energia solar da Shell.
Ele diz que, no Brasil, as placas não são muito usadas na área urbana. "Com R$ 15 mil, pode-se fazer um sistema que abasteça segurança e iluminação de emergência. Mas não dá para ligar chuveiro, ferro elétrico, geladeira."
O aposentado S.F.R., que pediu para não ser identificado, gastou R$ 30 mil para instalar dez placas, que abastecem seus sistemas de segurança e fornecem luz quando há corte de abastecimento.
"Instalei para manter todos os meus sistemas funcionando. A conta de luz baixou um pouco, de 5% a 10%."
Além das placas, a Shell lançou vidros laminados com uma película de células fotovoltaicas, que podem recobrir fachadas e coberturas e produzir energia.
Cada módulo de 1,30 m x 33 cm, com moldura de alumínio, custa R$ 700 e gera 40 W de energia (menos da metade do necessário para suprir uma lâmpada).
"Estimamos que sua implementação ajude a economizar até 30% de eletricidade", completa Mello. (BMF)


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