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Selo investiga produto verde
Certificação avaliará benefício socioambiental na fabricação de materiais de construção
BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS
O conceito de sustentabilidade é cada vez mais concreto em
novos edifícios, mas muitas iniciativas se esvaem por causa de
uma pedra no caminho: incerteza sobre a qualidade e a boa-fé dos produtos verdes.
Ao contrário dos materiais de
construção convencionais, os
sustentáveis não têm normas
técnicas. E falta parâmetro para atestar que sua composição é
ambientalmente amigável.
Um novo selo, porém, pretende facilitar a escolha de
quem quer se certificar da idoneidade desses materiais.
Lançado amanhã, o Selo Ecológico Falcão Bauer, parceria
do instituto de mesmo nome
com o Idhea (Instituto para o
Desenvolvimento da Habitação Ecológica), quer avaliar
qualidades técnicas e vantagens socioambientais de materiais de construção e de produtos relacionados a outras indústrias, como têxtil e química.
O nível mais alto será dado a
empresas que aliem produto
ecológico a ações que tragam
melhorias sociais e ao ambiente de comunidades vizinhas.
"É louvável avaliar o social.
Devem-se também considerar
aspectos como a informalidade
do emprego", opina Francisco
Cardoso, 49, professor do departamento de engenharia de
construção civil da Escola Politécnica da USP e membro do
CBCS (Conselho Brasileiro de
Construção Sustentável).
Até chegar lá, os materiais
podem ser classificados como
de baixo impacto ambiental,
sustentáveis e ecológicos.
"O mercado está imaturo. Às
vezes acham-se materiais interessantes, mas não se consegue
comprovar do que e como são
feitos", comenta João Pacheco,
46, diretor de engenharia e sustentabilidade da consultoria
Cushman & Wakefield.
Outro selo
No final de novembro, outro
selo está previsto para estampar materiais de construção. É
o da consultoria Sustentax, que
avalia há um ano e meio a qualidade de 60 itens usados em
construções sustentáveis.
"Nosso objetivo não é certificar produtos, e sim agilizar as
obras. Para ter uma boa cesta,
ainda vamos levar de um a dois
anos", diz Newton Figueiredo,
58, presidente da Sustentax. "À
medida que levarem os selos, os
produtos serão divulgados."
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