São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Selo investiga produto verde

Certificação avaliará benefício socioambiental na fabricação de materiais de construção

BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS

O conceito de sustentabilidade é cada vez mais concreto em novos edifícios, mas muitas iniciativas se esvaem por causa de uma pedra no caminho: incerteza sobre a qualidade e a boa-fé dos produtos verdes.
Ao contrário dos materiais de construção convencionais, os sustentáveis não têm normas técnicas. E falta parâmetro para atestar que sua composição é ambientalmente amigável.
Um novo selo, porém, pretende facilitar a escolha de quem quer se certificar da idoneidade desses materiais.
Lançado amanhã, o Selo Ecológico Falcão Bauer, parceria do instituto de mesmo nome com o Idhea (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), quer avaliar qualidades técnicas e vantagens socioambientais de materiais de construção e de produtos relacionados a outras indústrias, como têxtil e química.
O nível mais alto será dado a empresas que aliem produto ecológico a ações que tragam melhorias sociais e ao ambiente de comunidades vizinhas.
"É louvável avaliar o social. Devem-se também considerar aspectos como a informalidade do emprego", opina Francisco Cardoso, 49, professor do departamento de engenharia de construção civil da Escola Politécnica da USP e membro do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável).
Até chegar lá, os materiais podem ser classificados como de baixo impacto ambiental, sustentáveis e ecológicos.
"O mercado está imaturo. Às vezes acham-se materiais interessantes, mas não se consegue comprovar do que e como são feitos", comenta João Pacheco, 46, diretor de engenharia e sustentabilidade da consultoria Cushman & Wakefield.

Outro selo
No final de novembro, outro selo está previsto para estampar materiais de construção. É o da consultoria Sustentax, que avalia há um ano e meio a qualidade de 60 itens usados em construções sustentáveis.
"Nosso objetivo não é certificar produtos, e sim agilizar as obras. Para ter uma boa cesta, ainda vamos levar de um a dois anos", diz Newton Figueiredo, 58, presidente da Sustentax. "À medida que levarem os selos, os produtos serão divulgados."


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