São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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Instituto separa autênticos de oportunistas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Produto ecológico é aquele que tem o mínimo de interferência no ambiente, segundo Márcio Augusto Araújo, consultor do Idhea. Seguindo o raciocínio, pode-se, por exemplo, utilizar matérias-primas regionais e reincorporar dejetos sem degradar o ambiente.
Mas é difícil separar o produto que realmente tem baixo ou médio impacto ambiental daquele que é fruto de marketing e pega carona na onda ecológica. "No Brasil há certificação para madeira e produtos orgânicos, mas nenhuma para os ecológicos", diz Araújo.
A madeira de reflorestamento, por exemplo, é identificada por um selo do FSC (Forest Stewardship Council). No site do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), por exemplo, há uma lista de empresas certificadas no Brasil (www.imaflora.org.br).
"Na especificação da nota fiscal, deve haver o número da certificação e o símbolo do FSC", avisa José Luiz Lopes, gerente da Leo Madeiras.
O Idhea, por exemplo, se pauta por parâmetros europeus sobre construção sustentável para avaliar o impacto ambiental dos produtos.
"Só recomendamos produtos com laudos de institutos reconhecidos, mas, por outro lado, esses só atendem a normas da construção e não a aspectos ecológicos", ressalva Araújo.
Os critérios mais consensuais para avaliar se o produto é de fato ecológico são o material de que é feito (se é natural e renovável), a energia gasta para fazê-lo e os resíduos que ele gera.

Pé atrás
Alguns produtos já são amplamente usados na construção, como tintas à base de água, reguladores de vazão e sanitários com caixa acoplada.
Mas os mais novos ainda não conquistaram a confiança do consumidor. "Para muitos, o reciclado é lixo. Ainda há quem pergunte se as telhas de leite longa vida têm mau cheiro", exemplifica Araújo.
Para Alcir Vilela Júnior, 40, professor da Faculdade Senac de Engenharia Ambiental, essa desconfiança é natural. "Esses produtos precisam de mais tempo e aplicação para ter a aceitação do cliente." (BMF)


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