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Morte de Isabella, 5, ainda segue sem solução
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A morte da menina Isabella
de Oliveira Nardoni, 5, na zona
norte de São Paulo, e a detenção de seu pai, Alexandre Alves
Nardoni, e de sua madrasta,
Anna Carolina Jatobá, como
suspeitos mobilizaram a polícia
e causaram grande comoção.
Isabella foi encontrada caída
em um gramado em frente ao
prédio do pai, com ferimentos
na cabeça e na perna direita. O
pai disse a um PM que ela havia
sido jogada do sexto andar por
um criminoso que havia invadido o prédio. A menina foi socorrida, mas não sobreviveu.
Isabella era filha do primeiro
casamento de Nardoni. A menina visitava a cada 15 dias o pai
e a madrasta, que têm outros
dois filhos.
Nardoni, 29, disse à polícia
que no dia da morte havia parado o carro com a família na garagem do prédio e subido primeiro com Isabella para colocá-la para dormir. Ao voltar ao
apartamento com a família, já
não encontrou a filha e avisou a
polícia sobre um invasor.
O IML encontrou indícios de
que ela pode ter sido asfixiada.
O corpo também tinha apenas
uma fratura, no pulso, o que levantou a suspeita de que a menina não tenha sido jogada de
20 metros de altura.
Testemunhas colocaram em
dúvida a versão do pai. Algumas
relataram ter ouvido a criança
dizer "Pára, pai", em referência
a agressões que estaria sofrendo de Nardoni. Outras disseram ter ouvido o casal brigando
no apartamento pouco antes de
o corpo ser encontrado. Peritos
acharam vestígios de sangue na
maçaneta e no interior do carro
do pai. A Justiça decretou a prisão temporária do casal. Eles se
entregaram cerca de 20 horas
depois. O casal divulgou cartas
à imprensa negando o crime.
O promotor designado para o
caso também apontou contradições de Nardoni e de sua mulher sobre um suposto arrombamento da porta e sobre manchas de sangue no apartamento. A polícia aguarda agora os
resultados finais de exames periciais para esclarecer o caso.
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