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Governo Lula lança pré-sal, vê disputa entre Estados e é criticado pela oposição
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de 14 meses de estudos, o governo Lula enfim lançou as novas regras de exploração de petróleo no país. Agora,
deseja que o Congresso aprove
sua proposta em 90 dias.
A pressa do petista foi imediatamente criticada pela oposição, sob o argumento de que
seu objetivo é transformar o
marco regulatório do pré-sal
em plataforma eleitoral de sua
candidata Dilma Rousseff.
Por sinal, o tom eleitoral dominou a fala de Lula no lançamento das novas regras, na segunda. Num discurso nacionalista e estatista, ele deu estocadas nos tucanos, sugerindo que
os adversários de 2010 descuidaram da Petrobras no anos 90.
A estatal foi a grande vitoriosa. A proposta diz que ela será a
única responsável por perfurar
poços e extrair o óleo. O governo decidiu ainda capitalizar a
empresa, numa operação estimada em R$ 100 bilhões.
O tom de festa, porém, se restringiu ao dia do lançamento.
Antes e depois, o que dominou
o debate foi a guerra entre os
Estados pela divisão dos royalties cobrados na exploração de
petróleo. O governador Sérgio
Cabral (PMDB-RJ) saiu vitorioso ao fazer Lula recuar e
manter o sistema atual de divisão dos royalties, que privilegia
os Estados produtores. Acabou
virando alvo dos colegas que
hoje praticamente não recebem nada da renda do petróleo.
Ficou em segundo plano, pelo menos por ora, o novo modelo de partilha de produção na
exploração do pré-sal, uma riqueza que pode, futuramente,
transformar o país em exportador de petróleo e mudar a configuração econômica brasileira.
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