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Em decisão histórica, OEA revoga suspensão de Cuba após 47 anos
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Por acordo de todos os países
-dos EUA à Venezuela -, a
OEA (Organização dos Estados
Americanos) revogou resolução de 1962 que suspendia Cuba da entidade. Tratava-se de
uma sanção pela aliança político-militar entre o país socialista e a extinta União Soviética.
O hemisfério livrou-se, quase
20 anos após a queda do muro
de Berlim, de herança da Guerra Fria às custas de intensa ginástica diplomática na reunião
anual da OEA, em Honduras.
A decisão só foi possível porque tanto os EUA de Barack
Obama como o bloco liderado
pela Venezuela, de Hugo Chávez, cederam. Nenhum dos dois
poderia pagar o preço, na atual
correlação de forças da região,
de se isolar para afundar solução que interessava a todos.
Aderiram a uma fórmula intermediária, negociada por um
grupo que incluía o Brasil.
O texto acabou com a suspensão sem impor condição
prévia, como Caracas e Havana
exigiam. E não reintegrou automaticamente Cuba à entidade,
como queriam os EUA. O país
só participará da OEA se quiser
e só após ajustar-se a seus
atuais "princípios", entre eles
os de "defesa e promoção da democracia representativa". Cuba é ditadura de partido único.
Havana comemorou a vitória
como mais um elemento de
pressão contra os EUA, que
mantêm o embargo.
Já os EUA estrearam "o espírito de diálogo" com a América
Latina. Obama decidiu que, para enfraquecer o discurso antiamericano de Chávez, valia a
pena suportar os críticos histriônicos anti-Castro da Flórida. Que mantenha esse cálculo.
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