|
Divulgação de grampo a presidente do STF derruba diretoria da Abin
DA REPORTAGEM LOCAL
Reportagem da revista "Veja" da semana passada, acusando a Abin (Agência Brasileira
de Inteligência) de ter interceptado ilegalmente telefonemas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, provocou o afastamento do diretor-geral da
agência, Paulo Lacerda, e dos
principais diretores do órgão.
A revista transcreveu o que
teria sido o grampo de uma
conversa telefônica entre Mendes e o senador Demóstenes
Torres (DEM-GO) e listou outras autoridades supostamente
bisbilhotadas pela agência de
inteligência do governo federal.
O afastamento de Lacerda e
diretores, segundo o Palácio do
Planalto, durará até o final das
investigações, agora conduzidas por Polícia Federal, Abin e
Ministério Público Federal.
Um dos principais artífices
da queda de Lacerda foi o ministro da Justiça, Nelson Jobim, que, durante audiência
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, afirmou que a
Abin, valendo-se de um setor
de compras do Ministério da
Defesa baseado em Washington (EUA), adquiriu uma maleta que permite interceptar telefonemas. Em depoimento à
CPI do Grampo em agosto, Lacerda havia dito que a Abin não
possuía tal equipamento.
As declarações de Jobim propiciaram uma série de confirmações e desmentidos dos
principais personagens da crise
sobre os equipamentos da
Abin. Na quinta-feira, Jobim
voltou a afirmar que a maleta é
capaz de grampear. Por lei, a
Abin é impedida de fazer grampos, mesmo que com ordem judicial. A semana terminou sem
que fossem esclarecidas várias
dúvidas: quem promoveu o
grampo? De quem partiu a suposta ordem e com que propósito? A maleta da Abin tem capacidade ou foi de fato utilizada
para interceptar telefonemas?
Texto Anterior: Hits da Web Próximo Texto: Manchetes Índice
|