São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

Divulgação de grampo a presidente do STF derruba diretoria da Abin

DA REPORTAGEM LOCAL

Reportagem da revista "Veja" da semana passada, acusando a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de ter interceptado ilegalmente telefonemas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, provocou o afastamento do diretor-geral da agência, Paulo Lacerda, e dos principais diretores do órgão.
A revista transcreveu o que teria sido o grampo de uma conversa telefônica entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e listou outras autoridades supostamente bisbilhotadas pela agência de inteligência do governo federal.
O afastamento de Lacerda e diretores, segundo o Palácio do Planalto, durará até o final das investigações, agora conduzidas por Polícia Federal, Abin e Ministério Público Federal.
Um dos principais artífices da queda de Lacerda foi o ministro da Justiça, Nelson Jobim, que, durante audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a Abin, valendo-se de um setor de compras do Ministério da Defesa baseado em Washington (EUA), adquiriu uma maleta que permite interceptar telefonemas. Em depoimento à CPI do Grampo em agosto, Lacerda havia dito que a Abin não possuía tal equipamento.
As declarações de Jobim propiciaram uma série de confirmações e desmentidos dos principais personagens da crise sobre os equipamentos da Abin. Na quinta-feira, Jobim voltou a afirmar que a maleta é capaz de grampear. Por lei, a Abin é impedida de fazer grampos, mesmo que com ordem judicial. A semana terminou sem que fossem esclarecidas várias dúvidas: quem promoveu o grampo? De quem partiu a suposta ordem e com que propósito? A maleta da Abin tem capacidade ou foi de fato utilizada para interceptar telefonemas?


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