São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

Senado teve bate-boca em plenário e caso Sarney arquivado no conselho

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A semana no Senado começou mal e terminou pior. Se, na segunda-feira, Fernando Collor (PTB-AL) ressurgiu com seu velho estilo "bateu, levou", ameaçando Pedro Simon (PMDB-RS), na quinta-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) elevaram ainda mais o tom e trocaram insultos, naquele que foi considerado o dia mais tenso desde o início da crise na Casa, no começo do ano.
De tudo um pouco foi ouvido no plenário. Collor mandou Simon "engolir" suas palavras; Renan classificou Tasso de "coronel de merda"; e o presidente José Sarney (PMDB-AP), principal alvo das denúncias, fez um apelo aos senadores para que "o ódio e a paixão" não lhes tirem a "razão".
Se de um lado o apelo de paz de Sarney sobreviveu apenas um dia, de outro, sua tropa de choque entrou em ação no Conselho de Ética e arquivou todos os 11 requerimentos contra ele. As representações poderiam resultar na abertura de processo de quebra de decoro parlamentar, primeiro passo para uma cassação de mandato.
O clima de guerra reinou quase todos os dias. Tucanos e democratas se queixaram pelos corredores de serem ameaçados com dossiês. Os primeiros foram distribuídos no final da semana, ao longo da qual petistas evitaram se expor a fim de não serem responsabilizados por colocar lenha na fogueira em que arde Sarney, aliado do presidente Lula.
Só na sexta-feira foi que houve um raro momento de "paz e amor", protagonizado por Eduardo Suplicy (PT-SP). Em homenagem ao Dia dos Pais, ele cantou trechos da música "Father and Son", de Cat Stevens, na sessão de encerramento dos trabalhos.


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