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Senado teve bate-boca em plenário e caso Sarney arquivado no conselho
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A semana no Senado começou mal e terminou pior. Se, na
segunda-feira, Fernando Collor (PTB-AL) ressurgiu com
seu velho estilo "bateu, levou",
ameaçando Pedro Simon
(PMDB-RS), na quinta-feira,
Renan Calheiros (PMDB-AL)
e Tasso Jereissati (PSDB-CE)
elevaram ainda mais o tom e
trocaram insultos, naquele
que foi considerado o dia mais
tenso desde o início da crise na
Casa, no começo do ano.
De tudo um pouco foi ouvido no plenário. Collor mandou
Simon "engolir" suas palavras;
Renan classificou Tasso de
"coronel de merda"; e o presidente José Sarney (PMDB-AP), principal alvo das denúncias, fez um apelo aos senadores para que "o ódio e a paixão"
não lhes tirem a "razão".
Se de um lado o apelo de paz
de Sarney sobreviveu apenas
um dia, de outro, sua tropa de
choque entrou em ação no
Conselho de Ética e arquivou
todos os 11 requerimentos
contra ele. As representações
poderiam resultar na abertura
de processo de quebra de decoro parlamentar, primeiro
passo para uma cassação de
mandato.
O clima de guerra reinou
quase todos os dias. Tucanos e
democratas se queixaram pelos corredores de serem ameaçados com dossiês. Os primeiros foram distribuídos no final
da semana, ao longo da qual
petistas evitaram se expor a
fim de não serem responsabilizados por colocar lenha na
fogueira em que arde Sarney,
aliado do presidente Lula.
Só na sexta-feira foi que
houve um raro momento de
"paz e amor", protagonizado
por Eduardo Suplicy (PT-SP).
Em homenagem ao Dia dos
Pais, ele cantou trechos da
música "Father and Son", de
Cat Stevens, na sessão de encerramento dos trabalhos.
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