São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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Após escândalo, prova do Enem ganha nova data e perde USP e Unicamp

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O escândalo do vazamento do Enem teve dono de pizzaria telefonando para jornais para intermediar a venda da prova. Teve ladrão escondendo caderno de questões na cueca. Teve até o presidente da República sugerindo que tudo foi artimanha política para prejudicar o governo. Se não tivesse atrapalhado tanto as vidas de 4,1 milhões de estudantes, pareceria roteiro de novela ruim, dessas que usam o bate-boca da CPI da hora para apimentar a trama.
Em seis dias, contados a partir da divulgação do vazamento do Enem (1º de outubro) pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a Polícia Federal decretou "concluída" a investigação. Indiciou cinco pessoas (três delas funcionários do consórcio que deveria garantir a confidencialidade da prova, o dono da pizzaria e um improvável DJ).
Mas, no dia seguinte (7), um cursinho, o CPV de São Paulo, disse à Folha que também tinha sido procurado, cinco dias antes do início do exame, por um homem interessado em vender as questões. Até então, só se sabia da tentativa de repassar o exame a órgãos de imprensa. A PF resolveu, então, investigar um pouco mais.
Tolhido pelo imprevisto, o MEC acusou falhas na distribuição e segurança da prova e remarcou o Enem para 5 e 6 de dezembro. A organização terá a ajuda dos Correios e da PF.
A mudança de data fez o exame trombar com as agendas de várias faculdades. E universidades como a USP e a Unicamp desistiram de usar a nota do exame nacional em seus vestibulares deste ano.


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