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Após escândalo, prova do Enem ganha nova data e perde USP e Unicamp
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O escândalo do vazamento
do Enem teve dono de pizzaria
telefonando para jornais para
intermediar a venda da prova.
Teve ladrão escondendo caderno de questões na cueca.
Teve até o presidente da República sugerindo que tudo foi artimanha política para prejudicar o governo. Se não tivesse
atrapalhado tanto as vidas de
4,1 milhões de estudantes, pareceria roteiro de novela ruim,
dessas que usam o bate-boca
da CPI da hora para apimentar
a trama.
Em seis dias, contados a partir da divulgação do vazamento
do Enem (1º de outubro) pelo
jornal "O Estado de S. Paulo", a
Polícia Federal decretou "concluída" a investigação. Indiciou
cinco pessoas (três delas funcionários do consórcio que deveria garantir a confidencialidade da prova, o dono da pizzaria e um improvável DJ).
Mas, no dia seguinte (7), um
cursinho, o CPV de São Paulo,
disse à Folha que também tinha sido procurado, cinco dias
antes do início do exame, por
um homem interessado em
vender as questões. Até então,
só se sabia da tentativa de repassar o exame a órgãos de imprensa. A PF resolveu, então,
investigar um pouco mais.
Tolhido pelo imprevisto, o
MEC acusou falhas na distribuição e segurança da prova e
remarcou o Enem para 5 e 6 de
dezembro. A organização terá
a ajuda dos Correios e da PF.
A mudança de data fez o exame trombar com as agendas de
várias faculdades. E universidades como a USP e a Unicamp desistiram de usar a nota
do exame nacional em seus
vestibulares deste ano.
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