São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008


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RUBEM ALVES
O flautista

Família muito pobre. Pai bravo e batedor. Comiam os peixes que tarrafeavam num rio. E era preciso trabalhar para ajudar. Marcelo trabalhava numa padaria. Ganhava R$ 10 por mês. O seu grande sonho era ser músico. O pai disse um "não" grosso e definitivo. "Flauta é coisa de vagabundo. Filho meu não toca flauta..." Marcelo soube então que seu namoro com a flauta teria de ser como os namoros antigos, escondido. Cotidiano C2

CARLOS HEITOR CONY
Goiabada

Goiabada tinha cara de goiabada mesmo. Fica difícil explicar o que seja uma cara de goiabada, mas qualquer pessoa que se defrontava com ele constataria que Goiabada tinha cara de goiabada. Eu o conheci há tempos, quando jogava pelada nas ruas da ilha do Governador. Outro dia, parei num posto e um idoso me ofereceu umas flanelas de limpar pára-brisa. Ia recusar, mas alguma coisa me chamou a atenção: o cara tinha cara de goiabada. Opinião A2


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