São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008


Brasil fica em 73º em ranking de igualdade entre mulher-homem

Em 73ª posição, o Brasil está na rabeira do Ranking Global 2008 da Desigualdade Entre Gêneros, que mede a relação de igualdade mulher-homem. Numa escala de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, mais bem colocado), a pontuação do Brasil é de 0,674. A participação feminina no mercado de trabalho também está distante da igualdade (0,653), segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, que mediu 130 países.
Um dado positivo é que o Brasil é um dos poucos países do mundo em que não há diferença entre gêneros quando o assunto é educação e saúde. O índice geral, com os países nórdicos no topo, ainda inclui itens como participação na economia e na política.
No ranking, o Brasil está distante de vizinhos como a Argentina, em 24ª colocação. Cuba aparece em 25ª. Nos últimos lugares, estão sobretudo os países muçulmanos e africanos.
O Brasil avançou uma posição sobre o ranking de 2007, que incluía menos países. Mas, segundo o relatório, "apesar de pequenos ganhos na participação da força de trabalho, na renda e nos salários, a posição do país em termos de participação e oportunidades econômicas [para as mulheres] continua virtualmente intocada".
A gerente de projetos Luana Pinheiro, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, discorda. "Em 1996, segundo o IBGE, a taxa de participação dos homens no mercado de trabalho era de 73% e das mulheres, de 46%. Em 2007, os homens são 72% e as mulheres, 52% dos trabalhadores. É um avanço. Em 1996, as mulheres ganhavam 59% do que ganhavam os homens. Em 2007, 76%", afirma.
Entre os vizinhos, a Argentina segue na frente, empurrada pela alta participação feminina na política, sobretudo no Parlamento do país, que é governado por uma mulher, Cristina Kirchner. Neste quesito, as argentinas estão em 15ª posição, enquanto as brasileiras amargam o 110º lugar. O Chile, liderado por Michele Bachelet, aparece em 25º.
Para Luana Pinheiro, a diminuição da desigualdade entre mulheres e homens é fruto sobretudo de fatores culturais e comportamentais. O aquecimento econômico também ajuda. "A queda do índice de natalidade aponta nesta direção."


Próximo Texto: Gente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.