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Número de estudantes que trabalham passa de 63% para 71% em dez anos
Devido ao aumento das matrículas no ensino superior,
que mais do que dobraram nos
últimos dez anos, é cada vez
mais comum encontrar universitários que dividem a rotina das aulas com a do trabalho.
Dados do IBGE tabulados a
pedido da Folha mostram que
a proporção de universitários
que trabalham passou de 63%
do total, em 1998, para 71% em
2008. O fenômeno se deve
principalmente à inclusão de
alunos com menor renda nas
faculdades nos últimos anos,
explica Ryon Braga, da consultoria Hoper, especializada em
ensino superior.
"São pessoas que precisam
do emprego para poder pagar a
faculdade", afirma.
Dentro das universidades, o
movimento se reflete na profusão de matrículas em cursos
noturnos, que passaram de
56% a 62% do total entre 2000
e 2008, segundo censo do Inep
(instituto de pesquisa ligado
ao Ministério da Educação).
Professores e alunos ouvidos pela Folha apontam prós e
contras na jornada dupla.
Maria de Fátima de Souza,
professora da Faculdade de
Educação da UnB, prefere dar
aulas no curso noturno justamente porque a maior parte
dos estudantes trabalha como
professores do ensino básico.
"Os alunos chegam mais
cansados, mas a diferença é
que as questões que eles trazem para aula são as que vivem
diariamente", afirma.
Outro ganho pode ser a vivência com os macetes para se
relacionar no mundo do trabalho. "Além do conteúdo, eu
aprendo a lidar com as diferenças e com a hierarquia", diz
Danielle Martinez, que faz estágio na Caixa Econômica Federal. Cotidiano C1
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