São Paulo, segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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Número de estudantes que trabalham passa de 63% para 71% em dez anos

Devido ao aumento das matrículas no ensino superior, que mais do que dobraram nos últimos dez anos, é cada vez mais comum encontrar universitários que dividem a rotina das aulas com a do trabalho.
Dados do IBGE tabulados a pedido da Folha mostram que a proporção de universitários que trabalham passou de 63% do total, em 1998, para 71% em 2008. O fenômeno se deve principalmente à inclusão de alunos com menor renda nas faculdades nos últimos anos, explica Ryon Braga, da consultoria Hoper, especializada em ensino superior.
"São pessoas que precisam do emprego para poder pagar a faculdade", afirma.
Dentro das universidades, o movimento se reflete na profusão de matrículas em cursos noturnos, que passaram de 56% a 62% do total entre 2000 e 2008, segundo censo do Inep (instituto de pesquisa ligado ao Ministério da Educação).
Professores e alunos ouvidos pela Folha apontam prós e contras na jornada dupla.
Maria de Fátima de Souza, professora da Faculdade de Educação da UnB, prefere dar aulas no curso noturno justamente porque a maior parte dos estudantes trabalha como professores do ensino básico.
"Os alunos chegam mais cansados, mas a diferença é que as questões que eles trazem para aula são as que vivem diariamente", afirma.
Outro ganho pode ser a vivência com os macetes para se relacionar no mundo do trabalho. "Além do conteúdo, eu aprendo a lidar com as diferenças e com a hierarquia", diz Danielle Martinez, que faz estágio na Caixa Econômica Federal. Cotidiano C1



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