DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Números divulgados pelo IBGE na terça mostraram que o impacto da crise internacional sobre a economia brasileira foi mais forte do que se esperava. Entre o terceiro e o quarto trimestres de 2008, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 3,6%, resultado negativo que encerrou uma série de 12 trimestres seguidos de expansão.
Na terça mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para discutir o assunto.
Um dos pontos tratados no encontro foi a necessidade de diminuir os juros no país. Um passo nessa direção foi dado na quarta, quando o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reduziu a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25% ao ano, nível mais baixo já registrado desde sua criação, em 1986.
No mercado financeiro, alguns analistas defendiam uma queda de até dois pontos na Selic. Mesmo tendo ficado aquém disso, porém, o corte nos juros foi um recuo do BC, que vinha resistindo às pressões do governo e do setor produtivo para acelerar a redução, mas que cedeu após ser surpreendido pelos números negativos do PIB.
A queda na Selic ajuda a baratear o crédito, facilitando o acesso a financiamentos bancários -o que pode ter um efeito especialmente positivo em setores que são os mais atingidos pela crise, como o automotivo e o da construção civil, em que as compras a prazo respondem por grande parte do faturamento das empresas.
No caso da construção, o governo também quer lançar um programa habitacional para famílias com renda de até dez salários mínimos, a fim de estimular um setor que é grande gerador de emprego.