São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2008

Semana de perdas termina com plano de socorro

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados encerraram semana dramática, de perdas generalizadas nos negócios com ações, moedas, commodities e títulos de dívidas, em que ficou para traz a história independente de três instituições centenárias de Wall Street -a seguradora AIG e os bancos Lehman Brothers e Merrill Lynch.
Após ruírem três dos cinco maiores bancos de investimento de Wall Street, o governo e o Congresso dos EUA desistiram de esperar uma autodepuração dos bancos e viram na intervenção -com custo de até US$ 1 trilhão do contribuinte- um preço mais razoável para salvar as finanças do país.
A semana começou com o pedido de concordata do Lehman Brothers e a venda da Merrill Lynch para o Bank of America.
Na terça, as atenções se voltaram para a possibilidade de insolvência da seguradora AIG, que fazia apólices de seguro de crédito para a maioria dos bancos e financeiras dos EUA. A quebra da seguradora traria prejuízos imediatos a todo o mercado. Fracassaram as negociações para capitalizá-la e o governo americano teve de estatizá-la, com a injeção de US$ 85 bilhões por uma fatia de 80% na empresa.
Nesse meio tempo, o Fed decepcionou ao não reduzir os juros americanos, atualmente em 2%, movimento visto como capaz de trazer algum oxigênio para o combalido mercado.
O socorro a AIG trouxe algum alívio, mas não foi suficiente para acalmar os ânimos. Na quarta, as desconfianças apontavam para a possibilidade de insolvência de Morgan Stanley e Goldman Sachs, os dois únicos sobreviventes entre os bancos de investimento em Wall Street. Alvo de ataques especulativos, as ações dos dois bancos chegaram a cair mais de 50%. A SEC (CVM dos Estados Unidos) restringiu as apostas contra ações de empresas em dificuldades, apontada como um dos fatores que levaram a quebra do Lehman Brothers.
A melhora só veio na tarde de quinta, com a perspectiva de o governo promover uma verdadeira faxina nas carteiras dos bancos e fundos de investimento com o resgate dos títulos subprime (segunda linha) do mercado imobiliário.
No Brasil, a Bovespa seguiu o humor ditado por Nova York, só que acentuado pela aversão maior ao risco brasileiro -após altos e baixos, terminou a semana com alta de 1,27%, enquanto em Nova York a baixa foi de 0,29% no índice Dow Jones. No mercado de câmbio, o dólar disparou, batendo em R$ 1,93 e obrigando o BC a retomar a política de vender contratos de dólar futuro. Terminou a sexta a R$ 1,831, com alta de 2,81% na semana.


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