Marcelo Sayão- 20. out. 09/ Efe

Corpo achado, na terça, em um carrinho de supermercado
perto do morro dos Macacos, no Rio

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes no alto do morro de São João (Engenho Novo, zona norte do Rio) derrubaram a tiros um helicóptero da Polícia Civil no sábado, matando 3 dos 6 policiais tripulantes.
Foi o início de uma semana conturbada, com invasões policiais a favelas controladas pelas facções Comando Vermelho e ADA (Amigo dos Amigos), tiroteios, ônibus queimados e pelo menos 39 mortos até a noite de sexta-feira, entre policiais, criminosos e inocentes.
No mesmo fim de semana, assaltantes mataram o coordenador social do grupo AfroReggae, Evandro João da Silva, no centro. Teria sido mais um crime entre muitos do tipo na cidade se as câmeras da região não tivessem captado a passagem de carro da PM ao lado da vítima, ainda viva, sem que os policiais prestassem socorro.
As filmagens mostraram que o capitão Denis Bizarro e o cabo Marcos Salles abordaram os dois assassinos, mas não os prenderam. Preferiram levar o par de tênis e a jaqueta de Silva, que estavam com os ladrões.
O episódio levou o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) a afastar o relações-públicas da PM, major Oderlei Santos, homem de confiança do comandante-geral, coronel Mário Sérgio Duarte. Em entrevistas, Santos dissera que o capitão e o cabo não poderiam ser chamados de criminosos.
A ação policial no morro dos Macacos deve continuar. Segundo a Secretaria de Segurança, a polícia só a interromperá quando encontrar os responsáveis pela derrubada do helicóptero -fato que repercutiu em jornais e revistas estrangeiros.


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