São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

Lei rígida prevê prisão para quem dirigir após beber

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o dia 20, passou a valer em todo o país a nova lei que torna ilegal dirigir com concentração a partir de dois decigramas de álcool por litro de sangue, uma das mais rígidas do mundo. Além da multa de R$ 955, o flagrante prevê a perda do direito de dirigir por um ano e a retenção do veículo.
O motorista que for pego após beber o equivalente a dois chopes (seis decigramas por litro) pode acabar na cadeia. A pena é de seis meses a três anos, mas é possível pagar fiança: de R$ 300 a R$ 1.200, em média, dependendo do entendimento do delegado. Tal rigidez, comparável às regras de países como Suécia e Noruega, tem causado polêmica, principalmente após a constatação de que bafômetros podem detectar a concentração de álcool acima do limite em casos de pessoas que comerem, por exemplo, dois bombons de licor.
Já nos três primeiros dias após sua entrada em vigor, 42 pessoas foram detidas em todo o país ao serem pegas dirigindo após beber. Um major da Polícia Militar de São Paulo chegou a dizer que a corporação colocará "espiões" em bares com o objetivo de flagrar pessoas pegando o carro após seus drinques. Várias blitze estão sendo organizadas em regiões de agitação noturna.
Por outro lado, a nova lei revelou a falta de infra-estrutura das autoridades para fazer cumpri-la. Nas estradas paulistas, por exemplo, há apenas um bafômetro a cada 290 km de estradas, número considerado insuficiente por alguns especialistas em trânsito.
Motoristas podem adquirir bafômetros descartáveis por R$ 14 a unidade para evitar o risco de ser pego numa blitz. A compra pode ser por telefone ou em sites de empresas de produtos farmacêuticos ou de segurança do trabalho.
A legislação também tem dado dor de cabeça a cidades onde a bebida é atração turística. Na serra gaúcha, a Associação Produtora de Vinho Fino do Vale dos Vinhedos declarou que as mudanças "caíram como uma bomba".


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