São Paulo, domingo, 29 de novembro de 2009

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Razões econômicas e políticas motivam o governo federal a prorrogar IPI reduzido

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa única semana, o governo federal prorrogou duas desonerações de impostos e criou mais uma. O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros, que subiria em janeiro, continuará reduzido para modelos flex. Materiais de construção, incluindo de cimento a cadeados, continuarão sem pagar tributo até junho. E o setor moveleiro, que recolhia até 10% de IPI, terá redução garantida até março.
Razões de natureza técnica -as exportações de móveis, por exemplo, não se recuperaram e o setor continua com crescimento inferior na comparação com o resto da indústria- se somaram a considerações políticas para justificar as medidas.
Na avaliação da cúpula do governo, há dividendos a serem colhidos nas urnas se a economia estiver em crescimento no ano eleitoral de 2010. A combinação de uma recuperação que já vem acontecendo com a manutenção de incentivos setoriais é uma garantia a mais.
Um dos pilares da campanha da pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, será a construção de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Prorrogar a desoneração de materiais de construção também ajudará um mercado que está em crescimento graças à queda na taxa de juros.
Até o fim deste ano, outros setores devem ser beneficiados com a prorrogação do IPI reduzido: a produção de máquinas e a fabricação de computadores.
A aposta do governo é que a recuperação esperada na economia em 2010 seja suficiente para recompor a arrecadação perdida neste ano e sustentar a política de desonerações.


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