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Coreia do Norte faz desafio ao mundo com seu novo teste de bomba nuclear
RODRIGO RÖTZSCH
EDITOR DE MUNDO
Dos três grandes inimigos jurados dos EUA -aqueles a
quem Obama prometeu estender a mão caso abrissem o punho-, a Coreia do Norte vinha
relegada a um terceiro plano,
bem atrás do Irã e de Cuba.
O regime de Kim Jong-il não
conseguiu chamar atenção suficiente nem quando, há dois
meses, testou um míssil que
poderia atingir o território
americano. Mas, ao testar no
último domingo, pela segunda
vez em três anos, uma bomba
nuclear, Pyongyang conseguiu
toda a atenção que queria.
As principais hipóteses para
a realização do teste são três: a)
a de que um adoentado Kim
quisesse reafirmar seu poder e
aplainar o caminho para a sucessão; b) a de que ele esteja seguindo o velho padrão de ameaçar primeiro para barganhar
depois; e c) a de que simplesmente não se possam buscar
explicações racionais para as
ações de um ditador megalômano -esta, a mais assustadora em se tratando de alguém
com uma bomba nuclear.
Apesar da retórica estridente
de Pyongyang, poucos acreditam que haja risco de guerra
iminente na península Coreana. O maior temor é que a Coreia do Norte venda seu arsenal
nuclear para outros mais interessados nele -como o Irã.
Se alguém tem a chave para
conter Kim, é a China, que fornece petróleo para manter o vizinho andando e tem o poder
de barrar sanções mais firmes.
O medo de que uma Coreia
do Norte nuclear faça Seul, e,
principalmente, Tóquio quererem as próprias bombas pode
tirar Pequim do imobilismo.
Caso isso não ocorra, ao menos
no que se refere a Pyongyang, a
mão de Obama ficará estendida
por muito tempo -no ar.
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