Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
TJ libera licitação da limpeza e inicia nova confusão Decisão do Tribunal de Justiça abre brecha para que consórcios vencedores sejam excluídos da concorrência Especialista diz que Judiciário interferiu indevidamente e que, agora, licitação tem de recomeçar do zero EVANDRO SPINELLIDE SÃO PAULO O Tribunal de Justiça liberou a Prefeitura de São Paulo para continuar o processo de mudança no modelo de limpeza urbana da cidade. Mas a decisão, tomada anteontem, abre brecha para nova confusão na licitação de R$ 2,25 bilhões, que vai concentrar em dois grandes contratos uma série de serviços hoje diluídos nas subprefeituras, como a varrição de ruas e a limpeza de bueiros. A pedido da gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o presidente do TJ, José Roberto Bedran, suspendeu os efeitos de três liminares. Duas delas proibiam o início dos serviços por causa da suspeita de que a licitação restringia a competição entre empresas interessadas. A terceira mudava itens do edital de licitação a pedido dos grandes consórcios. É a suspensão dessa terceira liminar que pode causar a confusão. Isso porque ela diminuía as exigências de capacidade técnica para a limpeza de feiras, um dos serviços previstos no contrato. Nenhuma das empresas que apresentaram propostas na concorrência, incluindo os consórcios vencedores Soma e São Paulo Ambiental, atendeu à exigência do edital nesse quesito. Porém, todas foram beneficiadas. Agora, o TJ suspendeu os efeitos dessa liminar. Ou seja, volta a valer o que previa o edital, exigência que nenhum concorrente atende. "O processo licitatório vai ter de ser renovado. O Judiciário interferiu em uma questão que é exclusiva da administração e o contrato ficou sem segurança jurídica", disse Gustavo Justino de Oliveira, professor de direito administrativo da USP. Por três anos, a prefeitura vai pagar R$ 2,25 bilhões aos dois consórcios vencedores da licitação -7,15% acima do valor previsto. Além da varrição de ruas, da limpeza de feiras e de bueiros, as empresas vão ter de operar ecopontos e instalar 150 mil lixeiras. A Folha já apontou outras irregularidades nessa licitação. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |