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Raimundo Januário Neto (1942-2011)

Chic Chic da escola Águia de Ouro

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Aos 17 anos, Raimundo Januário Neto saiu de sua cidade, Exu (PE), para servir o Exército no Crato (CE). Lá, ele debutou no Carnaval, brincando no bloco do Vitorino.

Em 1962, aos 20 anos, o conterrâneo de Luiz Gonzaga veio a São Paulo, onde foi caminhoneiro. Até chegou a tentar a vida na Argentina, mas retornou depois de um ano. Concluiu o ensino médio e estudou contabilidade.

Em 1969, desfilou pela Nenê de Vila Matilde. Conhecia todos os grandes nomes do Carnaval da cidade e, no início da década de 70, ajudou a criar a Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas). Trabalhou como divulgador e coordenador do Carnaval.

Em 1976, foi convidado por Carlos Moraes, que fora da Pérola Negra, para colaborar na fundação da Águia de Ouro. Foi o primeiro tesoureiro da agremiação da Pompeia, na zona oeste. Era o atual diretor-geral de harmonia.

O apelido Chic Chic surgiu quando foi divulgar o Carnaval numa rádio. O locutor, ao vê-lo bem vestido, botou-lhe a alcunha, que pegou, apesar de ser chamado também de Baiano e, em casa, de Véio.

Em São Paulo, foi taxista, trabalhou em metalúrgica, em retífica de automóveis e como motorista de ônibus.

Brincalhão, gostava de ficar sentado na porta de casa, mexendo com as pessoas. Era amigo de todo mundo na favela do Sapé, conta a família.

Tinha dores na coluna, que não passavam, e descobriu um câncer no pâncreas.

Morreu no domingo, aos 69. Foi velado em casa ao som dos sambas da Águia. No caminho até o crematório, levaram-no à sede da escola. Teve três filhas e quatro netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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