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Naef Cury (1932-2011)

O médico e a lembrança do cinema

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Nos Natais, era comum Naef Cury sair correndo de casa; em festas de Ano-Novo, nem aparecia. Não que odiasse: o obstetra era obrigado a cumprir com o dever profissional e ir ao hospital fazer partos.

Nascido em Santo Anastácio (SP), cresceu em Assis. Os pais, imigrantes libaneses, tiveram comércio que vendia de tudo e uma rede de cinemas no interior -o que lhe despertou o gosto por filmes antigos e de bangue-bangue.

Estimulado por um professor do colégio interno que fez em Botucatu (SP), Naef decidiu prestar medicina no Rio.

Formado, voltou para Assis e, em 1969, casou-se com Maria Odélia, dona de casa.

Apaixonado pela profissão, mesmo com a idade avançada prestou concurso para trabalhar, nos anos 90, num posto da periferia. Só parou por causa do Alzheimer.

Em 2007, fez parte de um grupo homenageado pelo Cremesp por ter tido mais de 50 anos de carreira.

No trabalho, era sério e bravo, de dar muitas broncas em enfermeiras e secretárias.

Apesar de não ser muito religioso, vivia dizendo às grávidas: "Que Nossa Senhora lhe dê uma boa hora".

Sempre quis ter netos. A primeira chegou há quatro anos, mas ele não pôde aproveitar por causa da doença. Quando lhe disseram que ela se chamava Olivia, respondeu: "Olivia de Havilland", referindo-se à atriz que atuou em "E O Vento Levou" (1939).

Viveu os últimos anos em São Paulo. Morreu na quinta, aos 79, após uma parada respiratória. Teve quatro filhos e dois netos. A missa do sétimo dia será no sábado, às 12h, na igreja Nossa Senhora do Brasil, na capital paulista.

coluna.obituario@uol.com.br

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