Vereadores gastarão R$ 4,8 milhões para divulgar projeto

A Câmara Municipal de São Paulo vai gastar R$ 4,8 milhões com publicidade em TVs, rádios e jornais para divulgar a aprovação do projeto que dá quatro anos de trégua para o comércio instalado em imóveis irregulares.

O projeto teve o apoio de todas as bancadas na Câmara, mas divide especialistas. Porém, pelo impacto que tem na cidade, é tido como um dos grandes cabos eleitorais dos atuais vereadores na eleição do ano que vem.

Estima-se que existam cerca de 200 mil imóveis comerciais em situação irregular em São Paulo, onde funcionam até 1 milhão de empresas.

Os vereadores não vão aparecer na propaganda, mas querem que o tema repercuta para poderem, cada um em sua base eleitoral, capitalizar a aprovação da lei.

Essa é a primeira campanha da história da Câmara para divulgar um projeto aprovado pelos vereadores.

'LEVAR INFORMAÇÃO'

O presidente da Câmara, José Police Neto (PSD), disse que a intenção da campanha publicitária é apenas informar a sociedade sobre a aprovação do projeto, que nasceu no próprio Legislativo.

"Não se trata de enaltecer a Câmara, mas de informar a população. Nem todos conseguem acompanhar o noticiário dos jornais, das rádios e TVs. Então, vamos levar a informação à sociedade", disse Police Neto a respeito da campanha publicitária em jornais, rádios e TVs.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD), que está na França, deve sancionar o projeto na primeira semana de dezembro.

A campanha está marcada para começar em 9 de dezembro e durar cerca de dez dias.

A propaganda na TV está orçada em R$ 3,2 milhões. Para rádio, o orçamento é de R$ 648 mil. Revistas e jornais de grande circulação devem receber R$ 263 mil. Jornais de bairros, muitos deles com ligações estreitas com vereadores, ficarão com R$ 354 mil.

A Câmara ainda vai gastar R$ 329 mil com a produção dos filmes para TV. Os spots de rádio custarão R$ 57,5 mil.

A campanha vai mostrar como o empresário poderá obter o alvará temporário -com a apresentação de atestados técnicos sobre a segurança e a higiene dos imóveis. Após a regulamentação da lei, os interessados terão seis meses para pedir o alvará.