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Taxa de homicídios volta a subir e ameaça meta de São Paulo

Com 5ª alta seguida, Estado registrou em outubro 10 casos por 100 mil habitantes, limite da meta do governo

Furto de veículos tem primeira queda no ano; já os roubos de carros apresentam crescimento de 23%

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A violência voltou a crescer no Estado de São Paulo pelo quinto mês consecutivo.

Com a alta de 4,56% no número de assassinatos em outubro, a taxa de homicídios alcançou o limite de 10 casos para cada 100 mil habitantes, o que não ocorria desde fevereiro (10,06). A meta do governo é manter a taxa abaixo de 10 por 100 mil, considerado um índice satisfatório.

Segundo os dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança, foram 367 homicídios em outubro, com 386 pessoas mortas. A diferença se deve aos homicídios múltiplos (como as chacinas), nos quais há mais de uma vítima no mesmo caso e a polícia faz apenas um boletim de ocorrência.

No mesmo mês de 2010, houve 351 casos. Até o ano passado, o governo só divulgava os dados mensais de casos. Os de vítimas apareciam apenas nos relatórios trimestrais. Desde janeiro, a metodologia mudou e todos os dados são divulgados mensalmente.

Assim, de janeiro a outubro de 2011 ocorreram no Estado 3.419 casos, com 3.594 mortes.

O governo calcula a taxa de homicídios pelo número de casos, não de vítimas.

ATENÇÃO

Luis Antonio Francisco de Souza, coordenador científico do Observatório de Segurança Pública da Unesp, diz que o crescimento dos homicídios é preocupante, mas critica a falta de transparência dos dados.

"Se o crescimento dos crimes for por disputa de território pelo crime organizado, pode ser apenas um repique que depois se reverte. Mas nós não temos acesso a todos os dados para analisar isso."

Na divulgação de ontem, o governo também "diminui" o número de homicídios no ano. Desapareceram das estatísticas dez casos de agosto, um de maio e um de setembro. O "sumiço", porém, não muda a tendência de alta dos índices.

O Estado informou que foram casos de registro duplicado, agora corrigidos.

OUTROS CRIMES

Pela primeira vez no ano, houve queda no total de furtos de veículos. Foram 8.901 em outubro, 6,29% a menos que no mesmo mês de 2010.

Já os roubos de veículos cresceram 23,05%. É o terceiro mês seguido que fica acima dos 20%, considerado um percentual altíssimo, e a 13ª alta consecutiva. O roubo é mais grave que o furto porque é praticado com ameaça.

Já os furtos gerais (excluindo os de veículos) cresceram 3,42%. Mas houve queda no número de roubos: 1,38%.

O sociólogo Souza diz que a alta nos crimes contra o patrimônio é grave. "Esse crime que só existe porque está articulado com outros." O dado é ainda mais preocupante, explica, por causa da proximidade com o fim de ano, quando há crescimento de furtos e roubos.

Veja os índices de 2011 da violência no Estado

folha.com/113296

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