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Antonio Messias de Campos (1929-2011)

Toniquinho, um 'caipira' no samba

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

As primeiras batidas Antonio Messias de Campos, o Toniquinho Batuqueiro, aprendeu em Piracicaba (SP). Como acreditava que as pessoas deveriam manter as raízes, preservou-as ao conhecer novas levadas em São Paulo. Era considerado o "sotaque caipira" do samba paulista.

O músico veio ainda jovem à capital. No início, trabalhou como engraxate na Sé. Fazia seu samba com caixote e escovinha de esfregar sapato.

Com o tempo, trabalhou também como eletricista e educador na antiga Febem, onde ajudou a garotada a montar uma espécie de bateria de escola de samba.

Ligado ao Carnaval, compôs três sambas-enredos levados à avenida. Passou pela Vila Maria e Rosas de Ouro, mas era apaixonado mesmo pela Unidos do Peruche, escola que ajudou a fundar.

Foi amigo do dramaturgo Plínio Marcos, com quem trabalhou no disco "Plínio Marcos em Prosa e Samba, Nas Quebradas do Mundaréu" (1974), ao lado de outros sambistas como Geraldo Filme e Zeca da Casa Verde. Em 1995, recebeu o primeiro título de embaixador do samba da Embaixada do Samba Paulista.

Gostava de jogar dominó e sinuca com os amigos, o que teve de parar de fazer por causa de um glaucoma.

Foi casado com Beatriz, que morreu em fevereiro, devido a um derrame. Dois meses depois, perdeu a última irmã. Há seis meses, teve um acidente vascular cerebral.

Seu primeiro CD saiu em 2009. Em "Terreiro Tá", canta: "Muita gente vai chorar quando fechar meu paletó". Estava com a saúde debilitada. Morreu na quarta, aos 82. Teve seis filhos e nove netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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