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'Parecia que estavam endemoniados', diz passageira de ônibus Mulher percebeu quando motorista teria passado mal ao volante e afirma que achou que também seria morta Testemunha diz que agressores atiravam pedras do tamanho de tijolos contra o ônibus logo após o acidente DO “AGORA”Cobradora de ônibus há dez meses, Adglelse de Figueiredo, 24, voltava para casa, como passageira, quando viu uma multidão invadir o ônibus em que estava para agredir o motorista Edmilson dos Reis Alves, que tinha passado mal enquanto dirigia. Segundo ela, os agressores diziam que Alves havia bebido e por isso teria causado o acidente. Quando a multidão entrou, disse, ela pensou que não sairia viva. Adglelse sempre pega ônibus da linha Parque Santa Madalena-Liberdade para voltar para casa. Outros motoristas já discutiram e foram ameaçados na região, segundo a Via Sul. Motoristas e cobradores de ônibus de duas linhas -Parque Santa Madalena/Liberdade e Parque Santa Madalena/Praça João Mendes fizeram uma paralisação ontem em protesto contra a morte. Juntas, as duas linhas de ônibus transportam, em média, 17.930 pessoas por dia. - Pergunta - Quando você percebeu que o motorista estava passando mal? Adglelse de Figueiredo - Ele foi fechar a porta, mas a mão dele parou ali. Ele estava com os olhos abertos, mas estagnado e bateu nos carros. Aí puxei o freio de mão. Os agressores o acusaram de estar bêbado? Eles gritavam isso, mas ele não bebe, estava passando mal. A gente falou, mas ninguém ouviu. Como foram as agressões? Eles jogavam pedras do tamanho de tijolos. Parecia que estavam endemoniados. Achou que seria atingida? Eu entrei em pânico. A gente estava preso no ônibus, o povo apedrejando e invadindo pela janela. Eu falei: a gente vai morrer aqui hoje, ou na pancada ou na pedrada. Foi uma coisa absurda. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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