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Fajwel Lewkowicz (1929-2011) O reencontro do médico polonês ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Sessenta e nove anos depois de ter deixado Krasnystaw, na Polônia, o médico Fajwel Lewkowicz voltou a entrar na casa onde vivera na cidade. Em 2005, realizou o sonho de retornar à terra natal. Viajou a passeio. Lembrava-se de detalhes do imóvel e surpreendeu a atual dona da casa ao se recordar do sótão. Aos sete anos, às vésperas da Segunda Guerra, deixou a Polônia com a mãe e a irmã. O pai, que se estabeleceu como alfaiate em São Paulo, viera um ano antes ao Brasil. Fajwel, quando jovem, foi estudar medicina no Rio. Depois de formado, voltou à capital paulista para trabalhar. Em 1956, casou-se com Frida, 77, professora de inglês que lecionou no colégio Bandeirantes e na Cultura Inglesa, em São Paulo. Ela dá aulas particulares até hoje. O otorrinolaringologista passou pelos hospitais São Cristóvão, Cruz Azul e Cema, como conta a família. No Sesi, permaneceu como funcionário por mais de 40 anos. Dedicou 58 anos à profissão. Segundo a família, ele era muito positivo. Sempre respondia "Tá ótimo" às pessoas, mesmo se ouvisse coisas ruins delas. Acabou sendo o "Vovô Tá Ótimo" para os netos, que brincavam com ele dizendo: "Fala aí, doctor". Adorava viajar para o exterior, o que fazia com a mulher todo ano, desde 1969. Iam sempre para Londres, onde Frida era sua tradutora. Também costumava ler cadernos internacionais atrás de notícias sobre Israel. Esteve ativo até o ano passado, quando se afastou do serviço por causa da saúde. Morreu na terça (22), aos 82, após parada respiratória. Teve três filhos e seis netos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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