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Trem da CPTM mata mais dois funcionários

É o segundo atropelamento com morte nos trilhos em menos de uma semana

Estatal diz que vítimas tinham conhecimento que não poderiam ficar nos trilhos; sindicância vai investigar acidente

RAFAEL ITALIANI
DO "AGORA"

Dois funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) morreram atropelados por um trem que estava sendo recolhido para inspeção, na manhã de ontem, em Barueri, cidade da Grande São Paulo.

Os assistentes de serviço Edgar Antonio Dalbo, 55, e Antonio Camilo Severino, 63, foram atingidos pelas costas enquanto trabalhavam na inspeção dos trilhos na linha 8-diamante, entre as estações Barueri e Antônio João.

O ramal ferroviário liga as estações Julio Prestes e Itapevi/Amador Bueno.

Dalbo e Severino foram atingidos pelas costas por um trem que voltava de Barueri.

A composição seguia para Presidente Altino, em Osasco, na contramão. Os vagões estavam vazios.

O trem iria passar por uma inspeção de rotina, segundo informações da CPTM.

Esse foi o segundo acidente em menos de uma semana que acabou com a morte de funcionários da estatal.

No último domingo, dois engenheiros e um técnico foram da companhia foram atropelados e mortos na linha 11-coral, que fica entre as estações Luz, no centro de São Paulo, e Estudantes, na cidade de Mogi das Cruzes.

QUESTÃO DE SEGURANÇA

De acordo com Éverson Craveiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Sorocabana, as mortes poderiam ter sido evitadas.

Segundo ele, as duas vítimas de ontem tinham que estar acompanhadas de outros funcionários.

"Deveria ter empregados nas duas pontas, com bandeiras, com apitos, avisando qualquer aproximação de trens", afirmou.

De acordo com Evaldo José dos Reis Ferreira, gerente-geral de manutenção da CPTM, as duas vítimas não deveriam estar sobre os trilhos. Ainda de acordo com ele, a inspeção no local é feita pelas laterais.

"São funcionários com mais de 30 anos, eles sabiam disso. Não é permitido o acesso à linha", afirmou.

O gerente-geral de manutenção da CPTM disse ainda que a circulação de trens na contramão está "implícita" na rotina dos trabalhadores.

Foi instaurada uma sindicância para investigar as mortes. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lamentou as mortes dos funcionários.

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