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Pais promovem 'troca-troca' de brinquedo de filhos

Objetos encostados em uma casa despertam o interesse de outras crianças e acabam ganhando novos lares

Além de feiras de trocas, há a opção de comprar usados em bazares ou de alugar, com 'gostinho' de novo

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Cansadas de verem em casa uma pilha de brinquedos esquecidos pelos filhos e de ouvi-los pedindo mais, Adriana Guimarães, 37, e Ana Pagliari Perrone, 37, resolveram partir para a "reciclagem".

Inspiradas nas "garage sales" (vendas de garagens) norte-americanas, juntaram outras amigas e promoveram, no mês passado, uma feira de troca de brinquedos usados.

Itens que estavam encostados em uma casa despertaram o interesse de outras crianças e acabaram ganhando novos lares. O brinquedo recém-adquirido teve gostinho de novidade, sem que os pais precisassem ir a lojas.

Em busca de um consumo mais consciente (e de menos gastos), pais estão partindo para alternativas na hora de escolher novos brinquedos.

Além de feira de trocas, há a opção de comprá-los usados em bazares ou de alugar.

"Qualquer pessoa de classe média tem em casa uma quantidade de brinquedos tão grande que a criança nunca vai conseguir usar. É um absurdo", afirma Adriana.

Na feira, as crianças levam seus itens "esquecidos", colocam uma etiqueta com seu nome e começam a negociar.

Às vezes, um brinquedo interessa tanto que a criança oferece vários em troca.

"O item deixa de ser medido com valores monetários", diz o jornalista Ricardo Ferraz, 36, um dos coordenadores do projeto Boa Praça, cujo objetivo é revitalizar e promover o uso de praças.

No final de setembro, perto do Dia das Crianças, fez uma feirinha de trocas de brinquedos com a ajuda do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana.

O evento reuniu cerca de 20 crianças, que montaram "barracas" em bancos da praça Paulo Schiesari, na Vila Anglo Brasileira (zona oeste).

Lucas, 3, quase se frustrou. Apaixonou-se por um carrinho de outro menino, mas nada do que ofereceu satisfez o dono do brinquedo. No final do evento, ganhou o item de presente. E deu para outra menina um trenzinho.

"As crianças conseguiram se respeitar. É uma experiência muito rica", diz a mãe de Lucas, Luciana Mannrich, 34.

ALUGUEL

A advogada Fabíola Pereira Bahruth, 33, também optou por trocar os brinquedos da filha Letícia, nove meses.

Sócia do Clube do Brinquedo, uma empresa que oferece a locação de carrinhos, móbiles e até de montanhas-russas de plástico, trocou os itens usados de Letícia por créditos de aluguel.

O clube tem planos que vão de R$ 75 (dois brinquedos) a R$ 175 (sete) por mês.

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