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Entrevista

Há preconceito e medo, afirma especialista

DE SÃO PAULO

Para Gabriela Vuolo, coordenadora de mobilização do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, ONG que trata do consumo infantil, a feira de troca pode ser um espaço importante para trabalhar conceitos como o de consumismo com as crianças.

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Folha - Como a feira de trocas pode ser positiva para a criança que participa?

Gabriela Vuolo - Ela é uma maneira de trabalhar conceitos de consumismo e de excesso com a família toda, incluindo as crianças (...) De poder trabalhar essa coisa de que não é preciso comprar, de que pode trocar. De que o outro pode ter uma coisa legal pra você e você para o outro. E de que não necessariamente se troca um [item] por um. A criança pode chegar com três, quatro brinquedos e levar para casa apenas um. O que importa é o brinquedo que ela gostou realmente, não a quantidade.

Os pais têm se interessado mais por essas iniciativas?

Ainda não é uma experiência muito comum. O pai tem aquele medo de que o filho vai voltar para casa com uma boneca faltando uma perna. Ainda existe um preconceito de que os brinquedos não vão ser legais. Mas cada vez mais os pais estão preocupados. Primeiro por uma questão financeira. Não é todo mundo que pode comprar tudo o tempo todo. Segundo porque percebem que compram o brinquedo e no dia seguinte a criança não quer mais, quer outro.

Eles estão percebendo que tem alguma coisa estranha nessa relação das crianças com as compras e que a feira de troca é uma alternativa ao consumo sem fim. Nós do Criança e Consumo acreditamos que um dos grandes fatores [para esse consumismo] é a publicidade.

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