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Kassab utiliza 1/3 da verba prevista para emergências

Até 31 de outubro, gasto era de R$ 12,5 milhões dos R$ 37 milhões previstos

Segundo auditoria do TCM em 2010, prática é recorrente na gestão; prefeitura diz que tem investido em estrutura

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) utilizou apenas 1/3 da verba prevista no Orçamento deste ano para a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

Até 31 de outubro, véspera do período intenso de chuvas (novembro/março), ele havia usado R$ 12,5 milhões dos R$ 37 milhões previstos (33,6%).

O dinheiro deve ser aplicado para equipar órgãos de emergência antes das chuvas.

A prática de usar menos do que reserva no Orçamento para o setor é antiga na gestão, segundo auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município em 2010. Desde 2008, o percentual variou de 41,2% em 2009 a 64,3% em 2010.

A maior parte da verba deste ano era para o Corpo de Bombeiros -a instituição é do Estado, mas, por convênio, cabe à prefeitura dar estrutura ao órgão. Dos R$ 32 milhões previstos, apenas R$ 11,5 milhões foram gastos.

No fim de outubro, a prefeitura abriu licitações para comprar coletes, flutuadores salva-vidas, nadadeiras, apitos e lanternas -que devem ser entregues só em janeiro.

Segundo o capitão Edson Lino de Souza, chefe da seção de finanças e patrimônio do Corpo de Bombeiros Metropolitano, o material não fará falta, porque o seu uso já era previsto só para 2012.

De acordo com o TCM, a Defesa Civil municipal sofre de estrutura precária, como falta de equipamentos e uso de veículos muito antigos.

O problema foi amenizado na semana passada, quando Kassab entregou 31 picapes adaptadas para emergências.

Esses veículos irão para subprefeituras como a de Aricanduva (zona leste), onde o córrego transborda -lá, a Defesa Civil utiliza carro alugado, pago pela subprefeitura.

O coordenador distrital, Mauro Vitor Zambrin, 58, diz que ainda faltam equipamentos, mas já foi pior. "Já quebrei dedo, testa, tudo para fazer socorro. Antes, a gente fazia tudo na raça", diz. Para ele, o órgão tem de 60% a 70% da estrutura necessária.

O morador Manoel Francisco dos Santos, 40, que em janeiro ficou três horas sobre o telhado de casa e já perdeu dois carros arrastados pela chuva, diz que é difícil a Defesa Civil chegar aos locais na hora da chuva. "A gente pode até chamar, mas eles não vêm porque é muita água."

O coordenador do órgão em Cidade Ademar (zona sul), Orlando Marques, 50, diz que a estrutura está adequada, mas faltam funcionários. "Hoje, não é suficiente."

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