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Casas em favela da zona oeste da cidade têm até três números diferentes

Rua João Avelino Pinho Melão, viela das Goiabeiras, 99. Esse é o endereço de Maria do Carmo Mariano, 46, e sua filha Júlia, 24, na favela Jardim Colombo, zona oeste de São Paulo.

O número da casa é o mesmo há 40 anos. Mas agora, na parede, tem uma placa com o número 84. A Eletropaulo contratou a associação de moradores para pregar o número na frente de todas as 3.700 casas da favela.

E qual é o oficial? Nenhum dos dois. A prefeitura definiu o número das casas do Jardim Colombo, mas ele só será conhecido pelos moradores quando chegar o título de posse, previsto para 2012.

O fato é que todas as casas do bairro têm três números diferentes, o que às vezes causa uma bela confusão.

"Teve uma carta minha que foi parar do lado de lá, perto do colégio Porto Seguro. Quando o rapaz do Sedex passou aqui, eu perguntei e ainda bem que ele sabia. Fui lá buscar", diz Maria do Carmo.

O carteiro "oficial" do bairro não costuma errar. "O problema é quando o carteiro tá de férias. Aí não chega certo, não", afirma.

Ela usa o número 99, escolhido pelo morador anterior de sua casa. Com o número 84 vem só a conta da Eletropaulo. O número oficial, bem, esse ninguém sabe qual é.

A Eletropaulo informou que fez a numeração pelos critérios oficiais, "onde a numeração das casas representa a distância entre o início da rua e o eixo central da casa".

Segundo o órgão, o cadastro foi feito antes das obras de urbanização. O trabalho foi feito no Jardim Colombo e no Jardim Porto Seguro.

A prefeitura diz que ela, e só ela, pode definir a numeração das casas.