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Feirante é suspeito de matar 8 em 60 dias

Segundo polícia, 'maníaco da bicicleta' escondia o rosto com uma touca ninja e escolhia vítimas aleatoriamente

Crimes ocorreram em Itaquaquecetuba, na Grande SP; suspeito confessou apenas uma tentativa de assassinato

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Um matador em série que circulava de bicicleta, escondia o rosto embaixo de uma touca ninja e esfaqueava suas vítimas ou atirava nelas de maneira aleatória.

Assim policiais de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, definem um feirante de 22 anos preso na segunda sob a suspeita de matar oito pessoas e de tentar matar outras duas nos últimos 60 dias.

Uma ligação anônima levou a polícia a Ronis Oliveira Bastos no Jardim Luciana, na periferia de Itaquaquecetuba, cidade violenta que registrou 56 assassinatos entre janeiro e outubro deste ano.

Ao ser flagrado com um revólver calibre 38 e uma touca ninja na mochila, Bastos estava numa bicicleta azul.

Na casa dele, a polícia achou outra touca ninja e seis cápsulas de 38 deflagradas.

Preso, Bastos disse à polícia sofrer problemas mentais, tomar remédios controlados e ser ex-usuário de drogas.

ATAQUES

Dos oito mortos, três eram moradores de rua que perambulavam no Jardim Luciana, onde Bastos vive com a mãe.

A primeira morte atribuída a Bastos foi em 5 de outubro. No crime, um morador de rua foi morto com uma arma calibre 28. Três dias depois, outro morador de rua foi atacado a facadas e morreu.

No terceiro crime, em 23 de outubro, o pedreiro Jobs Edjaime Ramieri, 45, lutou contra o agressor e tomou dele a arma calibre 28. Ainda escapou de golpes de faca.

A partir do relato do pedreiro, a polícia começou a suspeitar que os dois moradores de rua tinham sido atacados pela mesma pessoa.

Após perder sua calibre 28, Bastos, de acordo com a polícia, ficou até 12 de novembro atrás de um revólver calibre 38. Nesse dia, ele voltou a matar no Jardim Luciana.

A polícia suspeita que o mesmo revólver 38 foi usado nos outros seis ataques atribuídos ao feirante.

No sábado, um homem não identificado foi morto com R$ 5.000 no bolso. Como o atirador não quis ou não sabia do dinheiro, os policiais passaram a crer que caçavam um matador em série, que atacava aleatoriamente as vítimas.

Testemunhas disseram à polícia que o assassino usava uma bicicleta azul, razão pela qual criou-se o apelido "maníaco da bicicleta".

PRISÃO

No domingo à tarde, Bastos atirou quatro vezes na barriga de Jeferson Soares da Silva, 29. A vítima via o jogo entre Corinthians e Palmeiras na televisão de um bar.

A mãe da vítima disse ter visto quando Bastos o baleou.

O feirante foi reconhecido pela mulher e admitiu o ataque contra Silva, que está internado, mas não corre risco.

Foi o único crime atribuído pela polícia a Bastos que ele, de fato, confessou.

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