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Adolescente 'rouba' carro e apavora bairro da zona sul

Em alta velocidade, ele mata um pedestre, bate várias vezes e quase é linchado

Mãe afirma que dormia quando garoto pegou Palio; vítima tinha saído a fim de comprar doce para as sobrinhas

Fabio Braga/Folhapress
Carro dirigido pelo adolescente
Carro dirigido pelo adolescente

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
RAFAEL ITALIANI
DO “AGORA”

Um adolescente de 14 anos pegou o carro do namorado da mãe, rodou em alta velocidade no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, e acabou atropelando e matando um pedestre na calçada.

O garoto pegou o Palio por volta das 15h de anteontem. Sua mãe, uma corretora de imóveis de 33 anos, disse que dormia nesse momento.

Ele chamou dois colegas para acompanhá-lo. Nas horas seguintes, apavorou o bairro paulistano dirigindo perigosamente pelas ruas.

Por volta das 19h, o adolescente perdeu o controle do carro numa curva e, desgovernado, bateu num muro, em outro carro e atingiu o desempregado Vaderli Gonçalves, 45, o Liliu, que havia saído a fim de comprar chocolates para as suas sobrinhas.

Gonçalves, pai de dois filhos, chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.

Depois de atropelar o pedestre, o adolescente fugiu, mas, descontrolado, bateu numa árvore. Ao dar marcha à ré, atingiu outro veículo e derrubou o auxiliar de produção Danilo Ribeiro Correia, 25. "Disse para ele parar, mas ele se mostrou muito frio. Me derrubou, e saiu acelerando."

Mesmo machucado, Correia conseguiu uma carona com um colega que passava de moto e alcançou o Palio dirigido pelo garoto, que se atrapalhou numa encruzilhada. Os moradores, revoltados, partiram para cima do adolescente. Houve tentativa de linchamento, mas os ânimos se acalmaram com a chegada da polícia. Os colegas do adolescente conseguiram fugir.

O jovem foi detido em flagrante e encaminhado para a Fundação Casa.

No carro, a polícia achou uma garrafa vazia de Smirnoff Ice. Segundo os investigadores, o adolescente não apresentava sinais de embriaguez.

Na delegacia, a mãe do estudante chegou a dizer que desconfiava que ele estivesse sob o efeito de drogas. A polícia também vai investigá-la a fim de saber se o garoto de fato pegou o carro escondido.

Segundo testemunhas, o jovem já foi visto outras vezes dirigindo o automóvel.

"Esse jovem não tem ideia do tamanho da dor que ele vai causar a nossa família", disse o frentista Marcelo Antenor Ferreira, 39, irmão do pedestre morto. Além dos dois filhos, Gonçalves deixou uma neta de quatro anos. Seu corpo será enterrado hoje.

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