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'Tomaremos providências', diz chefe da Polícia Civil

Para delegado-geral, 'policial que toma dinheiro de traficantes tem de ser preso'

Advogado de traficante que aparece em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça não é localizado pela Folha

DE SÃO PAULO

"Policial que toma dinheiro de traficante tem de ser preso e expulso da Polícia Civil de São Paulo", afirmou ontem o delegado-geral Marcos Carneiro Lima ao ser informado pela Folha sobre a investigação da Polícia Federal que aponta três casos de extorsões contra traficantes.

Lima assumiu a Polícia Civil em janeiro deste ano -duas das extorsões flagradas pela PF ocorreram em 2010.

Ele disse que, antes da entrevista à Folha, não tinha conhecimento de nenhum dos crimes atribuídos aos policiais do Denarc (narcóticos) e Deic (crime organizado).

"Vou buscar informações junto à Polícia Federal para saber como isso tudo aconteceu, mas a população pode ter certeza de que não vamos passar a mão na cabeça de quem exigiu dinheiro desse ou daquele criminoso", afirmou o delegado-geral.

"Doa a quem doer, vamos tentar identificar esses policiais civis e, caso fique comprovado que eles extorquiram dinheiro desses traficantes, vamos puni-los com rigor", disse Lima.

SEM RESPOSTA

Ao longo de todo o dia de ontem, a Folha tentou e não conseguiu localizar o advogado André Luiz Bicalho Ferreira, apontado pela Polícia Federal como responsável por acertar as propinas com policiais civis para que quatro acusados de tráfico internacional não fossem presos.

Foram ao menos dez contatos telefônicos (em seus celulares e no seu escritório) e também por e-mail, mas Bezerra não respondeu aos seguidos pedidos de entrevista.

O delegado Marco Antonio Pereira Novaes de Paula Santos era o chefe do Denarc em agosto de 2010, quando ocorreu a maior das três extorsões atribuídas pela Polícia Federal aos policiais daquele departamento.

"Obviamente não sabia de nada sobre isso. Se soubesse, claro que tinha tomado as providências legais", afirmou Santos à Folha, que hoje atua na região de Guarulhos.

O delegado Gaetano Vergine, diretor do Deic em novembro de 2010, também disse não ter qualquer informação sobre a suspeita de extorsões.

(ANDRÉ CARAMANTE)

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