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Plano banaliza internação de viciados, diz conselho

Entidade de psicologia critica projeto para crack

DE BRASÍLIA

A chancela dada à internação involuntária de usuários de drogas pelo novo plano de crack do governo federal vai transformar em regra essa prática, diz Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia.

Ele defende que as internações sejam o recurso final no atendimento aos viciados, após criação de vínculos, convencimentos e atendimentos sem isolá-los.

Sob essa perspectiva, uma criança na rua sob efeito do crack deve receber atenção de equipes, ser abraçada na política de redução de danos (doses menores ou drogas menos danosas) e acolhida em serviços sem internação.

O plano anunciado anteontem pela presidente Dilma Rousseff prevê a criação de mais equipes que podem determinar a internação involuntária de usuários de crack em mais unidades médicas ou comunidades terapêuticas.

Casos graves devem ser encaminhados a hospitais e centros de atenção especiais para intervenções, afirma Verona. Ele diz acreditar, porém, que a internação será banalizada da forma como foi inserida no plano.

"É mais fácil. É muito difícil trabalhar com a perspectiva da liberdade."

Lei em vigor desde 2001 prevê três tipos de internação psiquiátrica (veja abaixo).

O conselho e outras 34 entidades criticaram em carta divulgada nesta semana as internações forçadas.

Para o deputado Eros Biondini (PTB-MG), presidente da frente parlamentar das comunidades terapêuticas -que acolhem dependentes químicos para reinserção social-, a internação forçada deve ser a exceção, ele mas admite que o crack tenha ampliado esse uso.

(JOHANNA NUBLAT)

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