Salário maior para 2º escalão é 'legado' à cidade, diz Kassab

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que o reajuste salarial dos cargos de chefia do 2º escalão será um "legado" que vai deixar para a cidade.

O aumento para 122 funcionários sem concurso são de até 236%. "Propositalmente, deixei o reajuste para o último ano da gestão, por entender que é um legado importante para a cidade", afirmou.

A Câmara aprovou anteontem, por 37 votos a favor e 11 contra, em segunda votação, o projeto de lei do prefeito. Os 31 subprefeitos, que ganham R$ 6.573, passarão a receber R$ 19.294 -aumento de 193,5%. Secretários-adjuntos terão reajuste de 236% (de R$ 5.455 para R$ 18.329) e os chefes de gabinete, de 218,2% (de R$ 5.455 para R$ 17.364).

Segundo o prefeito, o aumento é necessário para que seu sucessor e seus futuros colaboradores possam ter condições de deixar o setor privado para contribuir com a administração da cidade.

Questionado sobre o impacto nas contas públicas, de R$ 19,5 milhões por ano, Kassab afirmou que "o impacto pior é ter pessoas que não são experientes, não são competentes e, com isso, geram desperdício do recurso público".

0,01%

Cerca de 30 mil servidores -20% do total- não tiveram nenhum reajuste salarial acima de 0,1% desde que Kassab chegou ao cargo, em 2006.

Para cumprir lei municipal que garante ao servidor um reajuste anual, ele concedeu 0,1% por ano, entre 2006 e 2007, e depois reduziu para 0,01% entre 2008 e 2011.

Perto de 120 mil servidores, tiveram reajustes maiores, como professores (55%), profissionais da saúde (11,2%) e guardas municipais (20,7%).

Segundo o Sindsep (sindicato de servidores municipais), a defasagem salarial desde 2005 chega a 39,7%.

"A estratégia é dividir a categoria para dominar", afirma Ana Rosa Garcia da Costa, diretora da entidade.

-

Colaborou JOSÉ BENEDITO DA SILVA